Resumo

Este estudo teve por objetivo investigar se uma intensidade de treinamento contínuo individualizado, para as condições dos alunos, pode modificar as variáveis da função pulmonar e hemodinâmicas de adolescentes asmáticos graves. Participaram deste estudo 19 adolescentes encaminhados ao "Programa de educação e atividades físicas adaptadas ao portador de asma" do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo, com idade variando entre 11 e 14 anos. O grupo controle foi formado por 12 pacientes do ambulatório do Hospital infantil Darcy Vargas, com a mesma gravidade da doença e idade variando entre nove e 12 anos. Os grupos apresentaram as mesmas características sócio-econômicas. O treinamento consistiu de três sessões semanais durante 20 semanas sendo: cinco minutos de aquecimento pedalando sem carga e 30 minutos com a carga de treinamento individual previamente determinada a 705 do VO2 de pico. Participaram também de duas outras sessões semanais com as seguintes atividades: 45 minutos de exercícios generalizados intercalados com exercícios respiratórios, 45 minutos de natação e 30 minutos de exercícios diafragmáticos intercalados com canto. O consumo de oxigênio de pico (VO2 pico) foi obtido em cicloergômetro de frenagem eletromagnética. O protocolo foi o incremental tipo rampa com aumento de 10 ou 15 w/min, dependendo da estatura da criança. Paralelamente foi desenvolvido um programa educativo sobre a doença para o asmático e seus familiares. Os resultados mostram que: treinamento aeróbio individualizado pode aumentar o VO2 pico e a ventilação pulmonar (VE) de asmáticos graves; uma menor ventilação para um mesmo esforço indica melhor eficiência respiratória e tende a evitar o broncoespasmo induzido pelo exercício (BPE); não há diferenças significativas nas variáveis da função pulmonar, com exceção do fluxo expiratório forçado (FEF); não há diminuição do BIE após teste máximo; melhor capacidade cardiovascular e ventilação proporcionam menor desconforto respiratório; melhor ventilação com menor frequência respiratória permite ao asmático grave participar de atividades físicas mais intensas.

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