Resumo

O propósito deste estudo foi analisar os efeitos da ingestão de cafeína (CAF) sobre o desempenho físico em exercício fechado de longa duração. Treze ciclistas (26 ± 9,9 anos, 71 ± 9,1 kg, 176 ± 5,9 cm, 253 ± 141,6 km.sem-1) de diferentes níveis competitivos (regional, estadual e nacional), do sexo masculino, completaram inicialmente um teste incremental máximo em ciclossimulador, para a familiarização. Posteriormente, os sujeitos foram divididos aleatoriamente, de forma balanceada, para receberem cafeína ou placebo, em delineamento cruzado e duplo cego, antes da execução de teste de 20 km contra-relógio. A ingestão de cafeína ou placebo (6 mg.kg-1) foi realizada 60 min antes de cada teste. Os sujeitos foram orientados a se absterem da ingestão de alimentos cafeinados e de exercício físico extenuante nas 48 h precedentes a cada teste. Os sujeitos foram instruídos a completar os 20 km predeterminados para os testes experimentais no menor tempo possível. Durante os testes foram monitoradas continuamente a distância, velocidade, potência, cadência (rpm), percepção subjetiva de esforço (PSE), eletromiografia dos músculos do quadríceps (EMG) e frequência cardíaca (FC). O questionário de BRUMS foi aplicado imediatamente antes e após os testes experimentais, para avaliar a alteração psicológica-motivacional. Durante a execução dos testes a ingestão de água foi ad libitum. Nenhuma diferença estatisticamente significante foi identificada para as variáveis velocidade, potência, rpm, PSE, EMG e FC entre as condições CAF e PLA (P > 0,05). De forma similar, o questionário de BRUMS também não indicou diferenças entre as condições CAF e PLA (P > 0,05). Interações significantes foram detectadas em relação a potência (P = 0,001) e a velocidade (P = 0,001), que foram significativamente maiores no final do teste (2 km finais) no grupo CAF. O efeito principal do tempo (P = 0,001) foi verificado para as variáveis PSE e a FC que aumentaram de forma linear até o final do exercício em ambos os grupos. A duração dos testes foi semelhante nas diferentes condições experimentais (PLA = 2143 ± 106,9 s vs. CAF = 2159 ± 200,9 s, P = 0,61). Os resultados sugerem que a ingestão de cafeína não melhora o desempenho em exercício fechado de longa duração (closed-loop). 

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