Resumo

Os efeitos da suplementação de creatina sobre a função renal são debatidos intensamente na literatura científica. Os poucos trabalhos sobre o tema envolvendo humanos têm sido severamente criticados por apresentarem ausência de randomização, dosagens não uniformes de creatina, baixo poder estatístico e, sobretudo, ausência de marcadores padrão-ouro de função renal. Além disso, embora tenhamos mostrado recentemente que a suplementação de creatina não prejudica a função renal em sujeitos submetidos a treinamento aeróbio, a natureza desse tipo de atividade, bem como o habitual consumo de proteína dessa amostra, não permite que generalizemos nossos achados à população que mais utiliza creatina: praticantes de treinamento de força sob dietas ricas em proteína. Desta forma, foi conduzido um ensaio randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, com o objetivo de investigar os efeitos da suplementação de creatina e sua possível interação com o alto consumo de proteínas sobre a função renal, em praticantes de treinamento de força. Os sujeitos foram divididos aleatoriamente em 2 grupos: a) suplementação de creatina (20g/dia durante cinco dias e 5g/dia até o término do estudo) e b) placebo (dextrose). No período basal e após 12 e 24 semanas, os sujeitos tiveram acompanhamento do consumo alimentar, e foram analisados o clearance de 51Cr-EDTA, creatinina sérica, sódio e potássio séricos e urinários e microalbuminúria. Não foram encontradas diferenças significativas nas variáveis analisadas após 12 e 24 semanas. Demonstrando assim, a ausência de alteração da função renal decorrente da suplementação de creatina, em praticantes de treinamento de força recreacionais com consumo proteico >=1,2g/kg peso/dia
 

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