Resumo

A incompatibilidade entre a desnutrição perinatal e uma nutrição adequada durante o desenvolvimento aumenta o risco de aparecimento precoce de doenças não transmissíveis na vida adulta. Todavia, acredita-se que a atividade física materna possa atenuar estas consequências. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do treinamento físico durante a gestação na evolução ponderal, circunferência abdominal, glicemia e colesterolemia de filhotes adultos submetidos à desnutrição perinatal. Ratas Wistar (n = 12) foram divididas em quatro grupos: controle (C, n = 3), treinada (T, n = 3), desnutrida (D, n = 3) e treinada desnutrida (T+D, n = 3). Durante a gestação e lactação, os grupos D e T+D receberam dieta baixa em proteína (8% caseína) e os grupos C e T receberam dieta normoproteica (caseína a 17%). O protocolo de treinamento físico moderado foi realizado em esteira ergométrica (cinco dias/semana, 60 min/dia, a 65% do VO2max) e iniciou quatro semanas antes da gestação. Na gestação, a duração e a intensidade do treinamento foram reduzidas (cinco dias/semana, 20 min/dia, a 30% do VO2max) até o 19º dia pré-natal. Após o desmame, os filhotes (CF = 9, TF = 9, DF = 7, T+DF = 9) receberam dieta padrão de biotério e foram avaliados aos 270 dias de idade. A circunferência abdominal (CA) foi avaliada relativa ao peso corporal. Para avaliação da glicemia e colesterolemia foi utilizado o método enzimático colorimétrico da glicose-oxidase/peroxidase e da colesterol-oxidase, respectivamente. Ratos do grupo DF apresentaram um maior ganho de peso corporal ao longo do crescimento, maiores valores de CA, glicemia e colesterolemia quando comparados ao grupo CF. Para o grupo T+DF, o ganho de peso foi atenuado, e a CA, a glicemia e a colesterolemia foram normalizadas (p < 0,05). Esses resultados demonstram que o treinamento físico durante a gestação atenua os efeitos da desnutrição perinatal sobre alguns indicadores murinométricos e bioquímicos nos filhotes adultos.

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