Resumo

Elevadas concentrações de tirglicerídeos (TAG) no período pós-prandial são associados com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), bem como são responsáveis por mais de 23% da mortalidade em mulheres na menopausa. O treinamento de força (TF) é uma intervenção não farmacológica impregada na prevenção e redução dos múltiplos fatores de risco para o desenvolvimento de DCV. O exercício de força realizado em alto volume vem sendo apresentado como estratégia efetiva na redução da lipemia pós-prandial (LPP) em jovens. No entanto, a comparação entre alto e baixo volume do TF não havia sido investigado. Por esse motivo, o objetivo deste estudo foi comparar a resposta aguda e de 11 semanas de TF realizado em baixo e alto volume na força dinâmica máxima, espessura muscular, gasto energético e perfil lipidico de mulheres pós-menopáusicas. Trinta e nove mulheres pós-menopausicas saudáveis e destreinadas (59,5±4,8 anos de idade, massa corporal 69,6±9,1 kg, estatura 157,9±7,2 cm; IMC 27,6±4,1 kg•m2; circunferência da cintura 76,1±9,7 cm; VO2pico 18,7±1,4 mL•kg•min) foram aleatóriamente distribuídas em três grupos que realizaram a sessão de exercícios de força em: baixo volume (uma série) (BVEF, n=12), alto volume (AVEF, n=14) e um grupo controle (GC, n = 13) que permaneceu em repouso. Os grupos experimentais (BVEF e AVEF) foram submetidos a uma sessão de exercícios de força (SEF), envolvendo oito exercícios. O grupo BVEF realizou uma série de 15 repetições máximas (RM), e o grupo AVEF realizou três séries de 15RM. Na SEF foram avaliados o gasto energético da sessão e o EPOC (excess post-exercise oxygen consumption). No teste de tolerancia oral a gordura (TTOG), ~16 horas após a SEF, todos os grupos receberam um refeição hiperlipidica a base de leite seguido por uma avaliação do perfil lipídico (colesterol total (CT), glicose (GLU), HDL, LDL e TAG) nos períodos basal, 1, 2, 3, 4 e 5 horas após o TTOG. Resultados: Não houve diferença significativa entre os grupos no perfil lipidico em nenhum dos períodos avaliados. O gasto energético total (SEF+EPOC) foi significativamente maior para AVEF em comparação ao BVEF (6,0±0,12 MJ e 3,1±1,1 MJ, respectivamente, p<0,001). No estudo com treinamento, foram avaliadas trinta e seis mulheres pós-menopáusicas com uma perda amostral de três mulheres, sendo estas submetidas a 11 semanas de TF. Os grupos AVEF e BVTF foram divididos em alto volume de treinamento de força (AVTF=13) e baixo volume de treinamento de força (BVTF=12), o GC (n=11) foi preservado. Neste estudo, todas as variáveis foram avaliadas pré e pós treinamento. Como resultados; nenhuma diferença significativa foi observada entre os grupos na LPP (mmol/L/5hs) para GLU, HDL, LDL e CT. Além disso, o AVTF vs BVTF foi significativamente maior após 11 semanas de TF nas variáveis taxa de oxidação de gordura (5,52±1,69 g/h vs 4,11±1,12 g/h), espessura muscular (VM, 21,4 ± 1,8 mm vs 18,4±1,2 mm e VL (22,3±1,2 mm vs 20,8±1,3 mm). Os pontos 0, 1, 2, 4 e 5 horas após TTOG para TAG e AUC de TAG (5,79±0,42 mmol/L/5hs vs 7,78±0,68 mmol/L/5hs), respectivamente, foram significativamente menores no grupo AVTF (p<0,05). Em conclusão, diferentes volumes de uma única sessão de exercícios de força não são capazes de reduzir a lipemia pós-prandial de mulheres pósmenopáusicas após teste de tolerância a gordura. Entretanto, os resultados desta investigação sugerem que a prescrição do alto volume de treinamento de força reduz a lipemia pós-prandial em mulheres pós-menopáusicas.

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