Efeitos do Treinamento Intervalado na Resposta Hipotensiva de Militares com Diferentes Padrões de Condicionamento Físico
Por Matheus Cavalcante de Sá (Autor), Eudimaci Barboza de Lira (Autor), Antônio Fernando Araújo Duarte (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciências do Esporte v. 36, n 1, 2014. Da página 45 a 58
Resumo
O exercício tem sido considerado um importante instrumento não farmacológico de controle da pressão arterial (PA). Nesse sentido, o presente estudo investigou os efeitos de uma sessão de alta intensidade de Treinamento Intervalado Aeróbio de corrida (TIA) sobre o nível de Hipotensão Pós-esforço (HPE) de indivíduos com diferentes padrões de condição física. Dezesseis homens jovens foram divididos em dois grupos: um com condicionamento aeróbio superior (GSup; n=8; VO2max=55,5ml·kg-1·min-1) e outro inferior (GInf; n=8; VO2max=42,1ml·kg-1·min-1). Os grupos realizaram sete repetições de 400m de corrida, com intensidades de 117% (GInf) e 113% (GSup) da velocidade relativa ao consumo máximo de oxigênio (vVO2max), com intervalos recuperadores de 1min30s. Os valores de PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram registrados antes do esforço (Pré) e 0, 10, 20, 30, 45 e 60 min pós-esforço (Pós). Apenas o GInf apresentou HPE na PAS no momento 60 min Pós em relação a Pré (113,8±2,5 vs. 124,6±2,2 mmHg; respectivamente, p=0,03). Em relação à PAD, os dois grupos apresentaram HPE nas medidas Pós, comparativamente com o valor Pré – GInf a partir de 20 min e GSup de 10 min Pós (p<0,02). O GInf apresentou PA média (PAM) Pós inferior a Pré durante os 60 min (p<0,01) e o GSup somente no momento 45 min (p<0,02). Não houve diferenças entre os grupos quanto à PAS, PAD e PAM (p>0,05). Os resultados sugerem que uma maior intensidade relativa do TIA pode levar a uma redução mais pronunciada nos níveis de PA até uma hora pós-exercício.