Resumo
Este estudo teve como objetivo investigar a influência dos efeitos do treinamento prévio de natação em relação ao processo de carcinogênese experimental do cólon, induzida por 1,2 dimetilhidrazina em ratos. Alocaram-se ratos Wistar com cinco semanas de idade aleatoriamente em quatro grupos: controle (C); controle + DMH (CD); exercício + DMH (ED); e exercício (E). Os animais foram alojados em gaiolas coletivas (cinco animais por gaiola), em sala com temperatura ambiente de 22 ± 2 oC e ciclo invertido de 12 horas claro/escuro, onde receberam diariamente ração e água ad libitum. Os animais dos grupos ED e E foram submetidos a um programa de treinamento em natação, durante oito semanas (30 min/dia, 5 dias/semana e sobrecarga de até 6% PC). Nas duas semanas seguintes, os animais dos grupos CD e ED receberam duas injeções de DMH, por semana, na dose de 40mg/kg de peso corporal, com intervalo de dois dias entre as injeções. Após a eutanásia, na 13a semana, o intestino foi removido para avaliação de focos de criptas aberrantes (FCA), análise histomorfométrica e contagem de células inflamatórias. O fígado foi retirado para determinação de enzimas antioxidantes catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD). Os resultados evidenciaram que os animais do grupo ED apresentaram menos FCA na região proximal que os do grupo CD (6,66 ±2,88 vs 36,66 ±26,53, respectivamente). Nenhuma diferença foi encontrada entre os grupos na contagem total de FCA, independentemente de regiões. O número de FCA≤3 foi maior que o de FCA>3, nos grupos ED (86,33 ±46,71 vs 6,00 ±3,00, respectivamente) e CD (97,33 ± 43,31 vs 5,33 ± 4,50, respectivamente). Não houve alteração nas enzimas antioxidantes no fígado dos animais; bem como na diferença do comprimento e da largura das criptas intestinais entre os grupos. A contagem de células inflamatórias no grupo ED foi maior que a do grupo CD (518,20 ±114,44 vs 317,60 ±46,33, respectivamente). Concluiu-se que o exercício de natação antes da indução de carcinogênese do cólon em ratos preveniu o aumento do número de FCA na região proximal do intestino; entretanto, aumentou o número de células inflamatórias (eosinófilos/neutrófilos), o que sugere o efeito protetor do exercício contra a carcinogênese experimental do cólon nesses animais.