Resumo

A prática regular de atividade física está associada com redução no risco de desenvolver doenças crônicas, incluindo entre elas as doenças cardiovasculares (DCV). Entretanto, a inclusão de atividades esportivas no processo de prevenção e/ou de reabilitação de DCV ainda está pouco documentada. Desta forma, o objetivo principal deste trabalho foi avaliar os efeitos de um programa de tênis de campo adaptado para prevenção de DCV com duração de oito semanas, em indivíduos sedentários e com acúmulo de fatores de risco para desenvolver DCV. A amostra de estudo foi composta por quinze homens (idade média 44,9±4,9 anos) com moderado risco de desenvolverem DCV. As sessões de exercícios físicos seguiram uma metodologia adaptada de aulas de tênis de campo, praticada com intensidade constante e controlada entre 70% e 85% da frequência cardíaca máxima. No início e no final do programa foram avaliados o desempenho nos golpes específicos da modalidade, bem como variáveis fisiológicas, antropométricas, motoras, comportamentais, bioquímicas, e o risco de desenvolver DCV. Após aplicar o programa de exercícios foram observadas melhoras significativas no que se refere a: i) desempenho dos golpes específicos do tênis de campo (forehand, backhand, voleio de forehand e backhand, smash e saque), assim como para a regularidade em trocas de bola; ii) aumento no consumo máximo de oxigênio, velocidade pico, velocidades dos limiares ventilatórios 1 e 2, e no consumo de oxigênio do segundo limiar ventilatório; iii) redução da massa corporal, massa gorda, índice de massa corporal, percentual de gordura corporal, circunferência da cintura, e acúmulo de gordura abdominal; iv) melhoras nos parâmetros de flexibilidade, força, potência, velocidade e agilidade; v) qualidade de vida, hábitos alimentares e redução dos níveis de ansiedade; vi) redução das concentrações plasmáticas de colesterol total e colesterol-LDL, neopterina, e proteínas carboniladas; vii) aumentos nas concentrações de óxido nítrico plasmático e da atividade do complexo I da cadeia respiratória em isolado linfocitário, sendo que este parâmetro correlacionou positivamente com índices de aptidão cardiorrespiratória referentes ao primeiro limiar de transição fisiológica; viii) redução do escore de risco de Framingham. De acordo com estes resultados, podemos concluir que o programa adaptado de tênis de campo foi efetivo na melhora de parâmetros relacionados ao risco de morte por DCV.

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