Resumo

Este estudo descreve o efeito de 15 dias em alta montanha em oito alpinistas, durante expedição à Cordillera Blanca (Peru), onde se buscou identificar as consequëncias de uma associação de fatores, entre eles a altitude, o frio, as roupas, os equipamentos, a motivação, o esforço físico e a nutrição, na composição corporal, na capacidade aeróbia, na potência aeróbia máxima e na resistência muscular estática da equipe. O estudo avaliou também a eficácia da suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada em algumas dessas variáveis. Trata-se de um estudo do tipo experimental, cujos dados foram coletados no mês de julho de 1998. Como decorrência da expedição, observou-se, uma redução média significativa na massa corporal total e na massa de gordura. A massa corporal magra, entretanto, não sofreu alteração significativa, o que poderia ter contribuído para a manutenção da resistência muscular estática. Entretanto, toda equipe reduziu o tempo de sustentação de esforços isométricos nas musculaturas: flexora de membros superiores e extensora de membros inferiores. Quanto à capacidade anaeróbia e à potência aeróbia máxima, os 15 dias de expedição não foram suficientes para alterar estas variáveis. Durante a expedição houve uma tendência natural de redução na ingestão de proteínas e aumento no consumo de gorduras na equipe. O uso de sementes oleoginosas pode ter sido o motivo do aumento no teor de gorduras. A ingestão média de energia foi de 140,2 kj.kg-1.dia-1 +- 38,5 kj.kg-1.dia-1 (33,5+- 9,2 kcal.kg-1.dia-1), bem abaixo das recomendações sugeridas de 201,3 kj.kg-1.dia-1 (48,1 kcal.kg-1.dia –1) no início do estudo. Isto poderia ser uma das explicações para a redução na massa corporal da equipe. Quanto à utilidade da suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada não foram observadas alterações significativas (p>0,05) no grupo que fez uso do produto, quando comparado com o grupo controle. A relevância da perda de massa corporal, redução na ingestão de nutrientes e perda na resistência muscular estática do grupo, evidencia a necessidade de mais estudos e uma atenção em equipes brasileiras de montanhismo.

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