Resumo

Introdução: A trajetória do envelhecimento pode ser influenciada por fatores relativos ao estilo de vida, como a boa nutrição e a prática de atividade física, que por sua vez, podem promover melhoras na saúde metabólica e, consequentemente redução de agravos à saúde. Neste sentido, torna-se importante, conhecer os efeitos de diferentes tipos de intervenção sobre essas variáveis. Objetivos: Analisar os efeitos de um programa de educação em saúde (VAMOS) e de dança de salão (DS) no nível de atividade física, na capacidade cardiorrespiratória, nos hábitos alimentares e na saúde metabólica de mulheres idosas. Métodos: Ofertou-se o programa VAMOS, uma vez/semana e a DS três vezes/semana, durante 12 semanas em um contexto comunitário no município de Londrina-PR. Participaram 49 mulheres idosas (VAMOS, n = 27 e DS, n = 22; 71 anos), não participantes de programas estruturados de atividade física nos últimos três meses. As análises foram realizadas com os dados pré e pós-intervenções, com resultados de avaliações de atividade física habitual, capacidade aeróbia, hábitos alimentares, antropometria, composição corporal, perfil lipídico [colesterol total, colesterol lipoproteico de baixa densidade (LDL-c), colesterol lipoproteico de alta densidade (HDL-c), triglicerídeos (TG), não HDL-c e índice de Castelli II], glicemia de jejum, estresse oxidativo [produtos avançados de oxidação protéica (AOPP), hidroperóxidos por espectrofotometria (FOX), glutationa reduzida (GSH), superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), potencial antioxidante total plasmático (TRAP) e grupamento sulfidrila (SH)]. Resultados: O grupo DS obteve melhora significativa na capacidade aeróbia (p < 0,05; ES = 0,58) e o grupo VAMOS redução significante do LDL-c (p < 0,05; ES = -0,37). Em ambos os grupos houveram reduções significativas, após as intervenções, na glicemia de jejum, colesterol total, não HDL-c e índice de Castelli II (p<0,05). Em relação ao estresse oxidativo, para o FOX (pró-oxidante), apenas o grupo VAMOS reduziu seus escores pós-intervenção (ES = -0,90) e para o TRAP (antioxidante), somente o grupo DS aumentou significativamente seus escores (ES = 1,22). Foi observado também aumento para os biomarcadores anti-oxidantes GSH, SOD e CAT para ambos os grupos de intervenção (p<0,05). Conclusões: O programa DS traz importantes benefícios na capacidade aeróbia e no antioxidante TRAP nas mulheres idosas participantes do estudo, já o programa VAMOS promove a redução do colesterol LDL-c e biomarcador pró-oxidante FOX. Ambas as intervenções são capazes de reduzir a glicemia em jejum, colesterol total, não HDL-c e índice de Castelli II e aumentar os antioxidantes GSH, SOD e CAT.


 

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