Elaboração de Materiais Curriculares na Educação Física Escolar
Por Sara da Silva Caixeta (Autor), Marina Ferreira de Souza Antunes (Autor), Gislene Alves do Amaral (Autor), Natalia Justino Batista (Autor), Larissa Ramos Duarte (Autor).
Resumo
Objetivamos apresentar a experiência de um grupo de professoras que tem se dedicado a produzir e desenvolver currículo nas aulas de educação física à luz de uma orientação pedagógica de matriz crítica. Apontamos os princípios adotados no processo de planejar materiais curriculares, bem como as reflexões que tal processo tem nos permitido produzir acerca do trabalho pedagógico. Para Rotelli (2012) materiais curriculares são “[...] todos os instrumentos, utensílios, meios, artefatos, objetos, suportes e materiais impressos, ou não, utilizados para o desenvolvimento do currículo, ou seja, todo material utilizado no contexto escolar como mediador do processo de ensino-aprendizagem”. (ROTELLI, 2012, p. 119), incluindo os materiais de caráter físico-desportivo. A adoção de tal definição para pensar o processo ensino aprendizagem em educação física se justifica, na medida em que, abarcando materiais para além dos impressos ou escritos, se alinha a especificidades do trabalho pedagógico na educação física escolar. Cabe destacar que, as expressões “materiais curriculares” e “materiais didáticos” são comumente tratadas como sinônimas. Rotelli (2012) esclarece que embora se complementando por pertencerem ao mesmo campo de estudos, tais expressões são oriundas de tradições pedagógicas e contextos distintos, não devendo, portanto, ser utilizadas como sinônimas. Utilizamos a expressão materiais curriculares, por esta referir-se concretamente a materiais utilizados no desenvolvimento do currículo escolar, não se confundido com materiais didáticos, passíveis de usos em outros contextos que não os escolares. Aguiar, Rotelli e Terra (2005) ressaltam que a elaboração dos próprios materiais curriculares mobiliza um saber próprio da profissão docente que professores de educação física tem a oportunidade de construir no confronto individual e coletivo do cotidiano na prática pedagógica. Entendemos que nesse movimento as docentes vão construindo sua autonomia, à medida em que não ficam dependentes das decisões e elaborações de outras pessoas para executar seu trabalho; buscando diminuir ou mesmo superar a separação entre concepção e execução de seu trabalho. Assumir a construção dos materiais curriculares que serão utilizados nos possibilita condições de elaborar materiais coerentes com uma perspectiva crítica de ensino e formação humana, na medida em que facilita não somente uma reflexão das bases epistemológicas dos conteúdos/conhecimentos selecionados para o ensino como também uma aproximação entre conteúdo e método.