Resumo

RESUMO Constituiu-se em objetivo desta pesquisa, o conhecimento da teoria pedagógica da Educação Física escolar, em suas dificuldades e problemas, conectados com a realidade a qual está inserida - a do mundo do trabalho e do mundo da escola-conhecimento-pedagogia, com vistas à educação-instrução de pessoas desenvolvidas no máximo de possibilidades do movimento corporal humano e hominizadas. No processo desse conhecimento procuramos apreender as categorias dificultadoras dessa prática, na relação teorias tecnicista e prática pedagógica, através de: (a) do estudos de teorias mais amplas e críticas da realidade social, (b) de entrevistas, observações livres, questionários com professores e professoras das escolas públicas de 1º e 2º graus do município de Aracajú (SE). Esta procura baseou-se em três níveis de aproximação ao real. O primeiro nível se deu no conhecimento do elemento relativamente permanente do objeto em estudo, o segundo nível se deu na inserção da Educação Física no mundo contraditório e o terceiro nível se deu na inserção da Educação Física na problemática da escola-conhecimento-pedagogia, subdividido em dois graus, um 1º dizendo respeito a problemas políticos-pedagógicos e um 2º dizendo respeito a problemas técnicos-pedagógicos. Ao inserirmos a Educação Física escolar no mundo contraditório e no mundo da escola-conhecimento-pedagogia, encontramos várias categorias dificultadoras desta ação, onde as aglutinamos em principais e subordinadas. As principais foram as que se originaram das desigualdades sociais, do processo separado do trabalho produtivo e improdutivo, da escola pública que não funciona, do papel do professor e professora como intelectuais ajustados e acomodados e as que se subordinam à confusão da prática da Educação Física como apenas uma prática instintiva. Ao analisarmos essas categorias dificultadoras principais e as que lhes estão subordinadas, acreditamos que para uma possível superação desses impedimentos concretos, em uma ação pedagógica, precisaríamos entender e conhecer: (a) como funciona o nosso modo de produção, para além do fetiche; (b) que a reprodução do capital não existe na educação como uma relação direta; (c) que a reprodução ideológica se dá nas explicações e encaminhamentos dos problemas, sob a perspectiva das teorias sociais do bloco dominante; (d) que as teorias sociais do bloco dominante, o estrutural-funcionalismo, a teoria do capital humano e da modernidade, estão implicitamente postas na pedagogia tecnicista; (e) que a conexão com o mundo do trabalho se apresenta na divisão entre o trabalho manual e intelectual; (f) que idealmente a nossa prática está se assemelhando ao trabalho manual; (g) que a nossa especificidade é prática, porém, nosso trabalho é intelectual; (h) que a finalidade de "aptidão física" conduz ao adestramento e não à educação. Finalmente, como elementos sintetizadores, propomos a inclusão das categorias, crítica-desalienante, criação-projeção-elaboração, união-solidariedade-companheirismo, e a da ludicidade na prática pedagógica, conjugadas na unidade dos mundos, que estão em pólos contrários, mas que se unem dialeticamente: o mundo do trabalho e do não trabalho, através da luta pela construção do mundo de tempo livre.

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