Elitização do Mineirão? Análise a Partir da Origem Social dos Torcedores
Por Priscila Augusta Ferreira Campos (Autor), Rúbio Sabino Bruzzi (Autor), Silvio Ricardo da Silva (Autor).
Em Revista Brasileira de Estudos do Lazer - RBEL v. 3, n 1, 2016. Da página 126 a 141
Resumo
Esse estudo objetiva identificar a origem social dos torcedores de futebol residentes em Belo Horizonte e que frequentaram o Estádio Mineirão durante o Campeonato Mineiro do ano de 2013. Refletir sobre as mudanças às quais os torcedores vêm sendo submetidos em seu momento de lazer é premente para a constituição de uma posição crítica frente aos recentes acontecimentos de comoditização do futebol brasileiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória descritiva. A pesquisa de campo ocorreu no Estádio Mineirão durante os jogos do Campeonato Mineiro de 2013. Verificou-se que o estádio Mineirão, após a reforma, continua sendo um espaço de diversidade, apesar dos seus gestores, priorizarem como nicho de mercado as pessoas com poder de consumo, acarretando, sim, na exclusão daqueles que não atendem a essa exigência e nem possuem os comportamentos adequados àquilo que o processo de mudança traz. Os dados também ajudam a questionar o uso do termo elitização, entendendo-o mais como um marcador da percepção criada pela retirada/diminuição de um determinado público do estádio do que propriamente dito pela presença daquilo que é considerado o “mais distinto em um grupo”.