Integra
A ginástica é a mãe do desporto. Nela nasceu a escola coreográfica que ensina o corpo a projetar-se, com as asas da ânsia de transcendência e da força de vontade, para a altura da harmonia e maravilha dos gestos esplendorosos. Sim, na ginástica escolhe-se o que é complexo e difícil, para o tornar simples e fácil. Pouco a pouco, anula-se o peso da gravidade e esta converte-se em leveza e graciosidade.
Terminou ontem no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, a quinta edição do ‘World Gym For Life Challenge’. O espetáculo de encerramento foi deslumbrante, correspondente ao que aconteceu durante todo o evento. A designação deste aponta o destino e o sentido do desporto: servir a vida, a sua transformação e elevação. As prestações gímnicas são assaz importantes, dado que arrancam da indolência, da coisificação e do chão do nada. Porém o fim último é de teor utópico, próprio de uma arte que rompe com o utilitarismo e nos convida a ser artífices, escultores e vates de uma existência livre do ‘tripalium’, bela, divina e genuinamente humana. É nesse caminho que andamos: muito já percorrido; outro tanto ou mais está por andar. E falta ainda propor o quanto o desporto tem para dar ao empreendimento cultural e educativo de melhorar o mundo e de nos humanizar.
27.07.2025
Jorge Bento