Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre o discurso médico, que sustentava a proibição do futebol feminino, e parte da imprensa carioca, que trazia notícias sobre esse esporte. O recorte temporal selecionado vai de 1965, ano no qual o futebol feminino foi especificamente proibido por meio da Deliberação nº 7 do Conselho Nacional de Desportos, até 1979, quando houve a revogação dessa medida. Como aparato teórico, utilizaremos a concepção de gênero como uma categoria de análise histórica de Joan Scott (1990); o conceito de dominação masculina e violência simbólica de Pierre Bourdieu (1998) e também as noções de práticas e representações de Roger Chartier (1988). Aliado a isso, contaremos com as elucidações de Tania de Luca (2019), no sentido de utilizar a imprensa como fonte de análise, levando em consideração fatores como o local de produção e a seleção daquilo que é narrado