Encefalopatia Traumática Crônica (ETC). O Silêncio é a Regra.
Integra
O lutador de MMA, Wanderlei Silva, em entrevista o canal do You Tube do site PVT, revelou ter identificado diversos sintomas da Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), doença neurodegenerativa progressiva que tem acometido praticantes de esportes de lutas, como boxe e MMA, e esportes como o futebol americano e o futebol. A doença também é conhecida como “demência pugilística”. No Brasil, Éder Jofre e Adilson Rodrigues, o “Maguila”; e Muhamed Ali, nos Estados Unidos, também foram diagnosticados com a doença.
Aos 42 anos de idade e mais de 50 lutas de MMA, o atleta afirmou que tinha 8 dos 10 sintomas, citados por um médico especialista em palestra que havia assistido. Entre os sintomas citados pelo lutador estavam: alteração do humor, dificuldade de conciliar o sono e falhas de memória. Os sintomas iniciais de encefalopatia traumática crônica tipicamente incluem um ou mais dos seguintes: perturbação do humor: depressão, irritabilidade e/ou desesperança; Anomalias comportamentais: impulsividade, explosividade e/ou agressão; Comprometimento cognitivo: perda de memória, disfunção executiva e/ou demência; Anormalidades motoras: parkinsonismo, ataxia e/ou disartria.
Os primeiros relatos sobre a doença foram produzidos pelo neurologista nigeriano Bennet Omalu trabalhava em Pittsburgh. Ele avaliou 35 jogadores de futebol americano aposentados e concluiu que 31 deles tinham a doença. A NFL, liga profissional do esporte nos EUA, rechaçou incialmente as descobertas de Omalu, que sofreu uma enorme pressão para desfazer as descobertas. Dirigentes e patrocinadores temiam a perda de negócios bilionários com a redução do número de praticantes e aficionados da modalidade. O Dr. Omalu se manteve firme e, após uma longa batalha judicial, a entidade teve que pagar mais de 765 milhões de dólares para os atletas prejudicados. O filme “Concusion” (No Brasil, "Um Homem entre Gigantes") relata o caso. (disponível na NETFLIX.
Outro caso no Brasil, de repercussão internacional, foi o do nosso ex-capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1958, o Bellini. O ex-zagueiro, que faleceu em março de 2014, com 84 anos, foi diagnosticado com a doença de Alzheimer após algumas décadas da aposentadoria. Após a sua morte, o médico que o acompanhava, Ricardo Nitrini, da Faculdade de Medicina da USP, convenceu a viúva do jogador a doar o cérebro do marido para realizar estudos. Dada a permissão e realizados os estudos, o Dr. Nitrini concluiu que o ex-jogador não tinha Alzheimer, mas a ETC. A causa do distúrbio foi o excesso de pancadas na cabeça recebidas nos 20 anos de carreira profissional. Este é considerado o primeiro caso descrito desta doença no futebol.Diferente dos casos anteriormente citados, o lutador e professor de kickboxing Rafael Beiton, que morava em Recife, de 31 anos, sentiu mal súbito ainda durante a luta, quando participava torneio Ichiban de Kickboxing no domingo dia 10 de fevereiro. Tendo sido levado para o hospital, ele foi diagnosticado com traumatismo cranioencefálico grave e ficou internado. Porém, morreu por volta das 21h30, da segunda-feira (11).