Sobre
: 2019 Editora: EDUFBA O livro potencializa os saberes do corpo negro no jogo da capoeira, através das fotografias de Marcel Gautherot, revela os enunciados corporais, narrando histórias silenciadas historicamente, cujas as territorialidades visuais, denotam as encruzilhadas que o corpo encontrou para jogar: “Lá na rampa e no cais da Bahia”; “na beira do mar, é na beira do mar, aprendi a jogar capoeira de Angola na beira do mar”; a capoeira do Zé Povinho é na Segunda-Feira Gorda da Ribeira e a capoeira na Festa do Rio Vermelho Odoiá! Iemanjá. As imagens fotográficas reveladas por Marcel Gautherot são tessituras gestuais que permitem a contemplação da diversidade cultural que existe em cada jogo; ver as sombras dos corpos e as zonas claras e escuras que fazem dos corpos contadores de histórias. Nessas imagens visuais, as sagacidades do corpo traduzem a intensidade da arte do fazer que é a própria experimentação dos capoeiristas, cujas rugosidades ocorrem em fluxos descontínuos da história e encontros que substanciam e interpelam a dimensão ética-estética da vida dos africanos no Brasil, frente ao racismo, à intolerância e à exclusão em tempo pós-colonial. As territorialidades tecidas por Marcel Gautherot e os capoeiristas redesenham os gestos performáticos, as sensações e os impulsos das pessoas nas rodas, bem como as vitalidades dos lugares de labuta e festa na cidade de Salvador (1940- 1960).