Resumo
O ensino dos esportes tradicionais hegemônicos nas aulas de Educação Física e a limitada diversificação dos seus conteúdos são importantes problemáticas na área. O ensino tradicional centrado nos esportes coletivos tradicionais pautado nos princípios do rendimento e da concorrência tem gerado a exclusão dos fracos em detrimento dos mais habilidosos. A reduzida diversificação dos conteúdos é apontada na literatura como motivo de evasão. Nesse sentido, o badminton apresenta-se como uma possibilidade de diversificação, sendo um esporte não tradicional, inclusivo e divertido. Assim, desenvolvemos o ensino do badminton na concepção Crítico-emancipatória, experimentando possibilidades educativas. Diante disso, a questão de estudo foi: como ensinar badminton nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental Anos Finais na perspectiva da Concepção Crítico-emancipatória? O objetivo geral: construir, aplicar e avaliar uma proposta de ensino do badminton nas aulas de Educação Física do Ensino Fundamental Anos Finais pautada na Concepção Crítico-emancipatória. Objetivos específicos: descrever as transcendências de limite desenvolvidas uma unidade didática de badminton; discutir possibilidades de desenvolvimento da competência educacional criativa; refletir as relações de gênero dos estudantes nas aulas de badminton na Educação Física Escolar e analisar percepções e sentimentos dos estudantes nas vivências nas aulas de badminton. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-ação de natureza descritiva-exploratória. O cenário foi a Escola Municipal Professor Zuza, Natal/RN, envolvendo as turmas de 8º ano A, B e C. Para isso, construímos uma unidade de ensino de badminton com 15 aulas de 60 minutos realizadas entre maio a agosto de 2023. As aulas foram realizadas em sala de aula, sala de vídeo e pátio interno. O planejamento pedagógico constituiu-se: reunião de socialização do projeto, avaliação diagnóstica e planejamento das aulas. Os instrumentos foram: questionários, diário de campo do estudante, registros imagéticos e observação participante. A pesquisa foi aprovada pelo CEP/UFRN, sob parecer de número 5.918.088 em 03 de maio de 2023. As respostas aos questionários diagnósticos revelaram que a maioria dos educandos desconhecem o badminton e que poucos já sabiam jogar. As anotações em diários de campo do estudante indicaram que, apesar da baixa devolutiva dos cadernos, foram obtidas reflexões escritas significativas sobre as aulas. Na observação participante foram verificados tensionamentos entre os corpos diante das relações de gênero, que foram minimizados por meio das problematizações e discussões. As respostas aos questionários da vivências apontaram que o badminton promoveu a participação efetiva de todos os indivíduos em aulas coeducativas. Ademais, as vivências geraram nos estudantes oportunidades: diversão, inclusão, interação social, criatividade, comunicação e coeducação. Com isso, consideramos que a unidade didática desenvolvida foi significativa na formação dos estudantes a partir do ensino do badminton, resultando em uma prática pedagógica exitosa, capaz de desenvolver nos estudantes novas aprendizagem, competências e capacidades educativas.