Resumo

O objetivo do estudo consistiu em compreender o ensino do Kung Fu sob a ótica de alunos inseridos num contexto da pedagogia do esporte. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa com cinco voluntários que participaram de 16 aulas de Kung Fu. O estudo foi desenvolvido numa universidade federal do estado de São Paulo e os voluntários foram membros da comunidade acadêmica, acima de 18 anos, com o desejo de praticar kung fu, com ou sem experiência prévia com a modalidade. O critério de exclusão utilizado foi a presença inferior à 75% das aulas. A coleta de dados se deu por meio da aplicação de dois questionários abertos, respectivamente na primeira e décima sexta aula. O primeiro questionário tinha o intuito de mapear as expectativas iniciais dos voluntários quanto às aulas. Já o segundo tinha o objetivo de verificar se as expectativas tinham sido alcançadas, bem como os pontos positivos e os pontos a serem superados pela proposta. A análise de dados se deu por meio de categorias não apriorísticas. Os resultados revelaram que as expectativas iniciais dos alunos estiveram ligadas ao retorno da prática, à aprendizagem, à atividade física e à defesa pessoal. De acordo com os voluntários todas as expectativas foram alcançadas. Em relação aos pontos positivos da proposta os voluntários ressaltaram a aprendizagem, a didática, a integração, a aplicabilidade e o acesso, enquanto o espaço físico, a continuidade e o tempo foram apontados como aspectos negativos. Conclui-se que a ótica dos praticantes revelou a necessidade de se investir em propostas de ensino mais ampliadas. Tal pressuposto se alinha com as pedagogias críticas da Educação Física para o qual o ensino da cultura corporal deve permitir a descoberta de novos sentidos, ampliando assim a experiência das pessoas envolvidas.

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