Ensino e aprendizagem da luta marajoara na infância: memórias de lutadores cachoeirenses
Por Welison Alan Gonçalves Andrade (Autor).
Em XIII Seminário oo CEMEF / III Encontro do gtt Memórias Da Educação Física E Esportes
Resumo
O trabalho resulta de dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade do Estado do Pará (PPGED/UEPA), intitulada “Saberes e diversão, educação e devoção: a Luta Marajoara na Festividade do Glorioso São Sebastião de Cachoeira do Arari”, na qual foi possível trazer à tona memórias de infância de praticantes de Luta Marajoara do município de Cachoeira do Arari, situado na Ilha de Marajó, Norte do Brasil. Em termos metodológicos, as memórias dos lutadores foram desveladas mediante aplicação de entrevista semiestruturada. Os intérpretes da pesquisa são lutadores cachoeirenses. UMA HERANÇAS DOS VAQUEIROS O vaqueiro do Marajó é uma das figuras centrais da Luta Marajoara. Nas paisagens de areia, grama e lama das fazendas, sob os olhares curiosos de búfalos, muitos vaqueiros não somente lutam sob o crepúsculo matutino para aquecer o corpo antes de ir trabalhar, como também dedicam tempo para compartilhar, com os seus filhos, os seus saberes de luta. Nesse contexto, a Luta Marajoara é ainda um meio para aquecer o corpo antes de tomar banho nas águas frias da região e uma forma de educar uma pessoa para ser forte, ágil, resiliente e com força de vontade. Sua prática pode ainda ocorrer ao final da tarde, no tempo livre do vaqueiro, depois de passar o dia vaqueirando: “Os meus avós sempre trabalharam em fazenda e quando a gente era moleque, no finalzinho da tarde a gente sempre praticava (a Luta Marajoara), desde moleque” (MARIO, 2023)