Resumo

Este estudo investigou a aquisição de leitura e escrita em crianças portadoras de Paralisia Cerebral, com história de fracasso escolar, através de procedimentos de ensino individualizados. Os procedimentos, previamente testados em crianças de escola regular, eram compostos basicamente por tarefas de discriminações condicionais, ensinadas por meio do procedimento de exclusão (Estudo 1) ou pelo uso do modelo composto por palavra e figuras (Estudo 2). O presente trabalho consistiu em uma adaptação desses procedimentos para o ensino de portadores de paralisia cerebral. Participaram do Estudo 1, quatro crianças portadoras de Paralisia Cerebral espástica, na faixa etária de 8 a 11 anos de idade. Duas delas aprenderam a ler as palavras ensinadas e passaram a ler também palavras novas (leitura generalizada). As outras duas crianças necessitaram de muita repetição dos procedimentos para atingir os critérios, seja de aquisição, seja de retenção, nas unidades iniciais. Por isso foram submetidas a um novo procedimento (Estudo 2). Ambas adquiriram um repertório de leitura de 19 palavras ensinadas, mas não foram capazes de ler palavras novas. Os resultados sugerem que procedimentos apropriados podem garantir a aprendizagem de leitura por portadores de Paralisia Cerebral e que dificuldades nessa aprendizagem podem depender de variáveis que não são específicas da condição dessa população.

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