Resumo

Se pudéssemos comparar as aulas de educação física no ensino fundamental e no ensino médio uma diferença seria muito clara: a participação dos estudantes nas aulas. Todo professor que leciona ou lecionou nesta etapa de ensino possivelmente já presenciou e/ ou teve que lidar com o desinteresse dos alunos pelas suas aulas. Logo ao iniciar uma discussão acerca desta temática estamos interessados em compreender as possíveis razões que levam o jovem estudante a se afastar das aulas de educação física no ensino médio. Em nossas experiências na área escolar também foi possível perceber este distanciamento, que tem início no fim de ensino fundamental mas que certamente se intensifica no ensino médio, e tentar entender o porquê isso acontece foi nosso intento durante esse estudo. Contudo responder esta problemática de forma pontual é algo bastante complexo, pois entender as razões que levam o estudante a se engajar em atividades físicas dentro da escola e/ ou se afastar delas é uma questão que vai além do simples compreender sua relação com atividade física na sua vida escolar. É preciso compreender também como essa relação acontece em sua vida particular, isto é, quais são seus objetivos com relação à atividade física, se é estimulado nesse aspecto pela família, se é, fora da escola, uma pessoa fisicamente ativa. Acreditamos que todos estes aspectos podem de alguma forma influenciar no interesse deste estudante pelas aulas de educação física. Para responder tais questões de forma mais conclusiva precisaríamos pesquisar mais profundamente esta problemática em diferentes contextos escolares pois acredita-se que as razões que culminam em tal distanciamento podem ser as mais diversas e estar associadas às diferentes realidades de diferentes escolas. No entanto dentro das limitações deste estudo, através de revisão bibliográfica, elencamos quatro razões que consideramos importantes no processo de distanciamento do aluno nas aulas em questão e que podem ser comuns no âmbito escolar: o esporte enquanto conteúdo pedagógico, o professor de educação física, a importância atribuída ao componente curricular e os interesses pessoais do estudante. Destacamos que não houve a preocupação em apontar culpados pois compreendemos que cada estudante é único, com suas potencialidades e interesses, cada escola tem sua realidade e suas limitações e, finalmente, cada professor tem também suas potencialidades e limitações. Todas estas características têm impacto direto naquilo que acontece dentro dos muros da escola. Vale destacar que este é apenas parte de um trabalho que vem sendo desenvolvido junto ao LETPEF (Laboratório de Estudos e Trabalhos Pedagógicos em Educação Física) na Unesp, Rio Claro

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