Resumo

Partindo de uma etnografia das práticas desportivas, o presente trabalho procurou mapear a constituição do futsal feminino em Santa Maria – RS, bem como entender a importância que este esporte possui na trajetória de vida das 18 jogadoras entrevistadas para esta pesquisa. Inicialmente impedidas de jogar, devido a proibições familiares e até mesmo governamentais, as mulheres passaram de torcedoras a praticantes, empoderando-se por meio da expressão de sua subjetividade. Com a execução de suas artes de fazer (e pode-se também entender que o jogo era uma arte mostrada por elas), estas mulheres subverteram a hegemonia dominante que afirmava discursos sexistas e essencialistas, referentes à questão reprodutiva e à ligação do feminino ao mundo doméstico. Estas mulheres desafiaram imposições relativas à centralidade de padrões sexuais e comportamentais, adentrando numa arena de predominância masculina. No decorrer de algumas décadas, desde 1980, ocuparam espaços dentro dos campos de futebol santa-marienses e, posteriormente, as quadras de futsal da cidade.

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