Resumo

Esse ensaio teórico tem como objetivo propor uma reflexão acerca das trocas envolvidas nas práticas de lazer turístico. A partir de um exame interpretativo e crítico de alguns autores clássicos da sociologia que dialogam com as trocas sociais, debate-se o fenômeno turístico a partir das relações interpessoais, da dádiva e das regras de hospitalidade esperadas e ansiadas, oriundas de uma economia simbólica reconhecida pelo habitus dos envolvidos. Considerando o panorama capitalista, onde o usufruto do tempo de dedicação às atividades de lazer é majoritariamente comercializado e acessível a apenas uma parcela da população, a economicamente privilegiada, discute-se as trocas nas relações entre turistas e residentes, atualmente evidenciando menos os preceitos filosóficos da dádiva, e mais a ideia de distinção social. Ponderando que o turismo é uma forma de lazer e, portanto, um direito social constitucional no Brasil, que deveria estar acessível de forma ampla, recorre-se às discussões sobre o direito à cidade como ideário que pode ser acionado vislumbrando maneiras mais democráticas de acesso às trocas/experiências turísticas e de gestão participativa do turismo.

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