Resumo

A Educação Olímpica proposta pelo Grupo de Estudos Olímpicos da Universidade de São Paulo (GEOUSP), pode contribuir pedagogicamente para que conceitos subjetivos sejam mobilizados nas vivências esportivas escolares, como por exemplo os valores olímpicos. Sob esta perspectiva, o esporte permite que os/as estudantes vivam em um tempo mais humano, mais simbólico, de celebração, que é parte da ideia arquetípica dos Jogos Olímpicos. Os valores olímpicos são humanos em sua essência e subvertem a lógica olímpica dos dias atuais e, o esporte, é um fenômeno que pode promover vivências que visem a mobilização das competências socioemocionais. O presente relato de experiência versa sobre o desenvolvimento de uma proposta de Educação Olímpica, com foco na temática Lutas, especificamente a esgrima, nas aulas de Educação Física na Educação Infantil, com turmas de 4 e 5 anos, em uma escola pública do município de Santo André, São Paulo. Essa vivência encontra-se em andamento desde o início do 2º trimestre do ano letivo de 2022 e foi inspirada na observação da intensificação da agressividade entre os/as estudantes, sem perder de vista o impacto que os/as estudantes sofreram pelo isolamento social ocasionado pela pandemia da COVID-19. Com momentos formativos disponibilizados pela equipe gestora e com o apoio dos/as professores/as polivalentes, construiu-se a proposta de Educação Olímpica disparada pela diferenciação entre luta e briga. As sequências didáticas foram planejadas de maneira colaborativa pelo/a professor/a de Educação Física dos períodos da manhã e tarde. O trajeto da proposta contou com a leitura de livros didáticos sobre o assunto - contação de histórias; rodas de conversa sobre os marcos históricos dos Jogos Olímpicos com ilustrações que representavam brigas e lutas, debates e reflexões, vídeos sobre a esgrima e sobre a história de vida de um esgrimista olímpico brasileiro; brincadeiras, jogos, vivências de lutas de longa distância até chegar na esgrima.

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