Resumo

O constante debate levantado em torno do tema transgênero e esporte, gera diversos questionamentos, tais como: apontar ou não como ética a participação de tais atletas e/ou se existem vantagens biológicas específicas realmente relevantes no esporte praticado. O presente estudo tem por objetivo analisar os discursos, presentes nos diversos veículos de mídia, referentes a atletas transgêneros competirem contra atletas cisgênero, além de expor a diversidade de opiniões geradas sobre esse assunto nos esportes em geral, partindo de um ponto sociológico, tendo em vista a atual conjuntura deste assunto e sua interferência na sociedade atual.  Trata-se de um estudo de natureza básica, qualitativa e de levantamento bibliográfico, com base na análise de discurso das mídias escritas e discursivas. Como procedimento, utilizou-se da análise de discurso das redes de comunicação Gazeta do Povo, Metrópoles, GloboEsporte.com, Folha de São Paulo, Veja, ESPN, além de pequenos blogs e sites autônomos. A partir das análises dos discursos dos veículos de mídia supracitados, pôde-se observar as diferentes perspectivas e visão entre elas. Em um aspecto geral, as grandes mídias, como jornais, revistas e sites de grande relevância em âmbito nacional, expõem uma opinião um tanto quanto neutra, levantando uma linha de raciocínio que apresenta os diferentes pontos de vista da discussão e acaba não sendo conclusivo, ou seja, não dá de fato um veredito final. Existem ainda algumas ressalvas de grandes revistas, jornais e sites que dão um parecer pessoal do autor, mas são exceções. Já nas mídias de menor referência e de pequena relevância, caso dos blogs e websites de pequeno e médio porte, é mais comum de encontrar opiniões concretas e, em alguns casos, referenciando artigos científicos sobre o tema para reforçar sua tese, dando assim uma certa credibilidade ao texto, tendo em vista que o mesmo não se baseia em suposições. Ainda assim, é possível encontrar as mais variadas opiniões sobre o assunto. Tal diversidade de opiniões acaba por favorecer as discussões e dividir os leitores, que acabam acatando o que lhes parece mais correto ou benéfico em certos casos. Casos como o da jogadora de Voleibol Tiffany Abreu e da lutadora de Artes Marciais Mistas (MMA) Fallon Fox, ambas atletas transgêneros, são constantemente citados em artigos e alvos de crítica da mídia. Para polemizar ainda mais o assunto, são colocados pontos de vista de atletas cisgênero dos respectivos esportes, que criticam duramente a participação dessas atletas em competições profissionais, o que dá ainda mais embasamento para a exploração midiática. Ou seja, mídias de grande porte e grande influência não deixam claro seu posicionamento perante o assunto e sim o posicionamento pessoal de seus autores. Já as mídias de pequeno porte como websites ou blogs deixam clara suas opiniões e acabam tendo públicos específicos que possuam o mesmo pensamento.

Referências

BRUM, A. Jogadora transexual de vôlei ganha aval para disputar torneio no Paraná. 19/03/2017. 2017. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2017/03/1867803-jogadora-transexual-de-volei-ganha-aval-para-disputar-torneio-no-parana.shtml . Acesso em: 25 jun. 2018.

GAZETA DO POVO. Transexuais no esporte feminino: por que essa é uma péssima ideia. 2018. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/ideias-37-transexuais-no-esporte-feminino-por-que-essa-e-uma-pessima-ideia-05xb44z6u3ljdtaozrq9trp1r. Acesso em: 13 jun. 2018.

LAGUNA, M. Além de Tifanny, outros casos de diversidade de gênero no esporte: A discussão sobre a participação de Tiffany na Superliga Feminina não é inédita em competições mundiais. Há vários outros casos que ficaram famosos. 2018. 2018. Disponível em: https://veja.abril.com.br/esporte/alem-de-tifanny-outros-casos-de-diversidade-de-genero-no-esporte/. Acesso em: 25 jun. 2018.

MOREIRA, G. Futebol é para heteros, lésbicas, gays, bis, travestis e trans. Flamengo sai na frente pela diversidade.  28/06/2017. Disponível em: http://www.espn.com.br/blogs/gabrielamoreira/706702_futebol-e-para-heteros-lesbicas-gays-bis-travestis-e-trans-flamengo-sai-na-frente-pela-diversidade. Acesso em: 25 jun. 2018.

RODRIGUES, G. Atletismo tem regras mais rígidas do que o COI para atletas transgênero: Levantamento mostra que só 13 federações internacionais seguem regras do comitê olímpico. 02/02/2018. 2013. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/04/atletismo-tem-regras-mais-rigidas-do-que-o-coi-para-atletas-transgenero.shtml. Acesso em: 25 jun. 2018.

OLIVEIRA, C.; GUERRA, M. Leva vantagem? Consultora do COI não acredita em reviravolta do caso Tifanny: Americana líder em pesquisas sobre trans no esporte e consultora do Comitê Internacional diz: "É extremamente improvável que o COI faça qualquer mudança que impeça Tifanny de jogar". 2018. Disponível em: https://globoesporte.globo.com/volei/noticia/leva-vantagem-consultora-do-coi-nao-acredita-em-reviravolta-do-caso-tifanny.ghtml. Acesso em: 25 jun. 2018.

WOO, S. Afinal, atletas transexuais têm mais força que as jogadoras cisgênero? 2018. Disponível em: https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/comportamento/afinal-atletas-transexuais-tem-mais-forca-que-as-jogadoras-cisgenero. Acesso em: 13 jun. 2018.