Sobre
Uma das grandes contribuições do livro de Caparroz situa-se na demonstração de que os discursos elaborados nos anos de 1980 não tiveram uma maior preocupação com o "chão da escola", com seus movimentos internos, com os sujeitos concretos (professores e alunos) que davam vida à educação física - falavam de uma educação física que era gestada pela dinâmica macrossocial (capitalista) e se efetivava na escola. As vozes e ações que emanavam da educação física da escola não encontravam ressonância e não despertavam a atenção daqueles discursos. (...)
O livro de Caparroz é um marco, no plano da educação física, da inflexão que também está presente no plano da discussão pedagógica brasileira: apresenta os limites das análises sociológicas e históricas que derivam os movimentos no interior da escola da dinâmica macrossocial e indica a necessidade de mergulhar no cotidiano das escolas, recuperando a importância dos fazeres dos sujeitos concretos não só para o entendimento do que efetivamente vem acontecendo na educação física e educação brasileiras, mas também para neles ancorar as possibilidades de transformação.
Valter Bracht
Professor titular da Universidade Federal do Espírito Santo
(trecho extraído do Posfácio)