Editora FAPESP. Brasil None. 358 páginas.

Sobre

Dribles, manobras, braçadas, golpes, identidades, negociações, conflitos, socia­bilidades, gestualidades, visibilidades, agenciamentos, alteridades, espetacula­rizações. Como registrada certa vez, por um dos organizadores em seu caderno de campo, a fala de um jovem boleiro traduzia: “tem que ter categoria”. De maneira muito perspicaz, a agenda esportiva estabelecida no país – que os organizadores preferem denominar de “década esportiva” – dos Jogos Pan-Americanos (2007) aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos (2016), é o ob­jeto das incursões multidisciplinares desta coletânea. Nessa média duração conjuntural, há no entanto outras temporalidades significativas. Além dos tempos específicos de cada ensaio e de cada prá­tica esportiva analisada, entrelaçam-se gerações de pesquisadores, seja como autores seja como referências aos balanços bibliográficos mais am­plos e às revisitações pontuais apresentadas. As indagações acerca do legado acadêmico dessa década esportiva podem ser respondidas parcialmente pela própria constituição desse entrelaçamen­to. Há hoje no Brasil gerações diversas de pesquisadores que alargaram as fronteiras temáticas e revigoram, ora com frescor e inquietude, ora com ex­periência e maturidade, os debates metodológicos acerca das práticas espor­tivas e do que vem sendo definido como os Estudos Sociais do Esporte. Sim, temos massa crítica e volume investigativo de enorme qualidade. Portanto, dos picos do skate às várzeas e arenas modernas das piscinas às regatas e múltiplas topografias dos corpos das expressões torcedoras às re­lações institucionais e políticas da esportividade ameríndia entranhada na sociocosmologia do Alto Xingu às interseccionalidades sociais e das rela­ções de gênero temos aqui um pouquinho de Brasil que pensa as práticas do esporte articulando visceralmente o campo acadêmico ao campo esportivo.

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