Resumo
Em julho de 1917 os principais jornais do Distrito Federal noticiavam a paralisação de trabalhadores de diversas categorias na cidade, caracterizada pelos contemporâneos como uma Greve Geral. Para parte da historiografia, trata-se de mais uma das muitas manifestações operárias que, sob a orientação de militantes anarquistas do movimento operário, teria gerado naquele ano a irrupção de amplas manifestações grevistas. Problematizando tal perspectiva, este trabalho particulariza a análise na experiência dos trabalhadores do bairro operário do Jardim Botânico, atentando para outras dimensões da lógica de sua articulação identitária nas décadas anteriores que podem ter ajudado esses sujeitos a constituir seus laços de identidade naquela situação. Para isso, serão privilegiadas suas formas anteriores de organização e estabelecimento de solidariedades, expressas nas muitas associações recreativas formadas na localidade por aqueles trabalhadores.