Resumo

A presente pesquisa tem como ponto de partida a problemática das exclusões de gênero observadas nas aulas de Educação Física, sobretudo nas oportunidades em que se realizam aulas “autogestionadas”. Em nossas experiências docentes, verificamos que embora tais exclusões não sejam comuns nas aulas de uma forma geral, nas ocasiões das aulas livres (autogestionadas), verifica-se uma maior exclusão das meninas. Partindo deste problema, o objetivo da presente pesquisa consistiu em analisar os limites e possibilidades de uma intervenção docente orientada por uma pedagogia dialógica com vistas à problematização das desigualdades de gênero nas aulas de Educação Física. O estudo consistiu em uma pesquisaação, que abordou as unidades temáticas Esportes e Danças, estruturadas em uma unidade didática para abordar questões de gênero em um bimestre. O universo da pesquisa compreendeu os(as) alunos(as) do 5° ano do ensino fundamental, de uma escola da rede municipal de ensino da cidade de Suzano. Os instrumentos de produção de dados consistiram nos diários de aula, a partir das observações participantes, das gravações em vídeo e das narrativas dos(das) alunos(as) que surgiram nas rodas de conversas, cujos registros se deram por meio de filmagens. A análise dos dados foi realizada por meio do método de Categorias de Codificação. Os principais resultados apontam duas grandes categorias – Situações-Limite e Inéditos Viáveis e destas surgem quatro subcategorias – Cansaço Existencial, Antidialogicidade, Dialogicidade, Ser Mais. Consideramos que todo processo, principalmente os momentos de diálogos, ação-reflexão nas rodas de conversas contribuíram para problematizarmos o Cansaço Existencial e a Antidialogicidade, esperançando por meio da Dialogicidade a possibilidade dos(as) alunos(as) superarem as desigualdades de gênero com vistas ao Ser Mais.

Acessar