Resumo

Dialogar com uma pessoa tão conhecida e respeitada por todos da área de Educação Física & Esportes, da Educação e do próprio movimento político-social de nosso país, como é o caso de nossa amiga, educadora e cientista, doutora e pós-doutoranda Celi N. Zulke Taffarel, não é uma tarefa fácil. Primeiro, pela importante contribuição que tem oferecido à área participando diretamente em onze livros e em dezenas de artigos e textos publicados em vários periódicos especializados na área da Educação Física, Esporte e Lazer a partir da década de 80. Integra-se portanto ao grupo de pensadores que procura estabelecer, além de uma crítica radical aos modelos e concepções de práticas pedagógicas e científicas – instituídos pelo viés mecanicista, reprodutivista, ideologizado e excludente no campo do conhecimento humano –, uma nova forma de compreender a Educação Física e seu papel social. Nossa entrevistada faz parte, também, daqueles raros grupos de intelec- 2 Entrevista com Celi Taffarel: Políticas Públicas e Educação física & Esportes ... tuais – destituídos da falsa neutralidade política – que apresentam proposições alternativas no campo educacional e no interior das diversas práticas sociais, contrapondo-se ao modelo hegemônico da Educação Física e Esportes no interior da escola e nos demais espaços sociais e visando construir uma sociedade mais humana, justa e eticamente superior a que temos hoje. Ressaltamos que esta condição não se resume a meras elaborações teóricas ou a discursos esvaziados de conteúdos práticos, mas a ações metodológicas objetivas. Esta educadora tem sido um exemplo para todos nós no campo da intervenção – militante dentro dos movimentos sociais, de trabalhadores e sindicais, nos movimentos estudantis, nas entidades ligadas à Educação, SBPC e CBCE – e em sua práxis permanente nas lutas travadas no interior das universidades seja como estudante da graduação e pós-graduação como também em suas ações pedagógicas, científicas e políticas dentro do espaço da docência. Poucos são os profissionais de nossa área que nunca ouviram falar de Celi e todos aqueles que tiveram o prazer de conhecê-la dificilmente esquecerão sua fala clara, firme e indignada para com a miséria e a discriminação social. Mostra, porém, sensibilidade, doçura e fraternidade ao reconhecer as dificuldades, os limites e as possibilidades de cada um na construção de ações interventoras que busquem a superação e a construção de uma sociedade mais justa, solidária e eticamente humana. Se algum de vocês ainda tem dúvidas sobre os pequenos lampejos anunciados nesta sintética introdução, aproveitem esta oportunidade histórica de conhecer esta amorosa educadora que acredita em novos tempos para o ser humano através da revista Pensar a Prática

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