Envelhecimento e os desafios de pacientes idosos com insuficiência cardíaca: A relação entre sarcopenia, parâmetros antropométricos e capacidade funcional
Por João Guilherme Sparrenberger dos Santos (Autor), Édina CarolineTernus Ribeiro (Autor), Tamirys Delazeri Sangali (Autor), Ingrid Schweigert Perry (Autor), Gabriela Corrêa Souza (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A sarcopenia, doença muscular esquelética progressiva e generalizada, é comum em indivíduos com insuficiência cardíaca (IC), podendo a presença desta impactar de forma negativa no prognóstico dessa população. OBJETIVO: Avaliar a sarcopenia e sua associação com parâmetros antropométricos e capacidade funcional em indivíduos idosos com IC. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal com indivíduos de ambos os sexos em atendimento ambulatorial, com diagnóstico estabelecido de IC e idade ≥60 anos. Informações sociodemográficas e clínicas foram coletadas do prontuário eletrônico e conferidas durante a consulta de pesquisa. Para a avaliação da sarcopenia utilizou-se o critério do EWGSOP2 (European Working Group on Sarcopenia in Older People). A avaliação antropométrica contemplou avaliação da circunferência da panturrilha (CP), circunferência do braço (CB) e da dobra cutânea tricipital, sendo que a partir destas, foi calculado a circunferência muscular do braço (CMB). E ainda, a capacidade funcional foi avaliada pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6M), conforme protocolo padrão. A associação entre a sarcopenia e as variáveis de interesse foi testada através do teste T, Qui-Quadrado de Pearson ou Exato de Fisher (SPSS, v.21). RESULTADOS: Foram incluídos 90 pacientes, 67,8% do sexo masculino, com idade média de 69,4±7,2 anos. As classes funcionais I e II da New York Heart Association (77,8%) predominaram na amostra estudada, sendo a fração de ejeção do ventrículo esquerdo média de 35,9±11,9%. Risco de sarcopenia foi identificado em 35 (38,9%) pacientes, sarcopenia provável em 39 (43,3%), sarcopenia em 22 (24,4%) e sarcopenia grave em 4 (4,4%). Indivíduos sarcopênicos apresentaram menor média de CB (28,92±2,92 vs 33,518±3,74, p<0,001) e CMB (28,46±2,73 vs 32,96±3,61, p<0,001) quando comparados a indivíduos não sarcopênicos. Ademais, houve associação entre sarcopenia e baixa circunferência da panturrilha (<31 cm) (p=0,013). Em relação a capacidade funcional, indivíduos sarcopênicos apresentaram pior desempenho no TC6M quando comparados a indivíduos não sarcopênicos (316,4 ± 100,9 vs. 383,1 ± 78,9 metros; p = 0,002). CONCLUSÃO: A sarcopenia é altamente prevalente em pacientes idosos com IC e está associada a pior capacidade funcional e alteração de parâmetros antropométricos. Concluindo assim, que uma avaliação simples de parâmetros antropométricos e físicos pode auxiliar na identificação de indivíduos em risco para sarcopenia na prática clínica.