Resumo

Estamos condicionados a um modo de vida calcado na epistemologia dominante, na qual o processo de constituição urbana é dirigido por interesses elitistas que exercem forte controle sobre os aparatos do Estado e também sobre toda a população com a imposição do seu estilo de vida que, devido ao seu padrão de exploração e consumo, não é generalizável à totalidade dos habitantes do planeta, o que o torna injusto. Nesse processo de dominação pedagógica, o automóvel assume importante papel, destaca-se como símbolo de progresso, velocidade e status, sendo massificado nas propagandas e nas ruas e tornando-se desejo de muitos, favorecendo o processo de acumulação de capital, agravando a desigualdade social e gerando graves problemas ambientais. Sob o pressuposto de que a cidade que queremos está sujeita ao tipo de pessoas que somos e de como, em nossas práticas diárias, estamos nos relacionando com as outras pessoas, com a natureza e com nossos desejos. Frente a isso, procuramos estruturar os fundamentos desta tese no âmbito de nossas práticas habituais, defendendo que a utilização da bicicleta possui um grande potencial educativo contra-hegemônico. Com a atenção dirigida aos conhecimentos oriundos da prática do pedalar, o estudo objetivou identificar a contribuição do uso da bicicleta para o processo de construção de uma pedagógica emergente, compreendendo-a a partir dos processos educativos vivenciados junto a um projeto de extensão universitária. Para tanto, empreendemos uma investigação orientada sob a ótica da abordagem qualitativa com aporte teórico-filosófico da fenomenologia existencial, cujos dados apresentados foram coletados por meio de diários de campo e rodas de conversas realizadas com participantes e familiares.

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