Editora Associação Portuguesa A Mulher e o Desporto . Portugal 2000. 72 páginas.

Sobre

Apresentação

A Associação Portuguesa A Mulher e o Desporto (APMD) organizou, em Setembro de 1999, o seu 1º Congresso Internacional, cujo documento final, A Declaração de Lisboa, realça no ponto 1 “…o papel determinante da Educação Física e do Desporto Escolar na formação das raparigas”. Esta questão fundamental tem sido reafirmada a nível mundial, quer no contexto da Plataforma de Pequim (Declaração Final da Conferência Mundial das Nações Unidas (ONU) sobre as mulheres, realizada em 1995), quer em outros fóruns internacionais de carácter científico ou político. A nossa consciência relativamente aos efeitos determinantes que a vida activa, a Educação Física e o Desporto exercem ao nível da auto-estima e da saúde das adolescentes e a nossa irreverência em prol de causas sociais justas obrigam-nos a prestar um contributo nesta área. Neste sentido, desafiámos a Associação Portuguesa de Estudos sobre Mulheres (APEM) para a parceria na elaboração deste livro sobre as questões da co-educação na Educação Física e no desporto da escola , no âmbito de projectos cofinanciados pela Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres (CIDM). O objectivo principal deste documento é apoiar todos/as quantos/as trabalham na área da Educação Física, no sentido de os/as dotarem de práticas conducentes a um ensino mais justo e equitativo, respeitador de todas as diferenças. Mas ele pretende também desafiar o nosso quotidiano tradicional de práticas e pensamentos, abrir estes temas à discussão, à consciencialização de iniquidades e encorajar à mudança de atitudes e comportamentos. Neste sentido, e para encetar os propósitos enunciados, a obra faz uma breve descrição dos caminhos percorridos pelas mulheres no desporto, para que se compreenda o quão importante e decisivo é, no limiar do século XXI, a abordagem da questão da equidade e da coeducação na Educação Física e no desporto na escola. Tendo sempre presente o conceito de equidade e de diversidade serão levantadas algumas questões acerca do corpo na escola, que tipo de papel a Educação Física tem desempenhado na socialização dos/as alunos/as, e a influência do currículo oculto no ensino. Se avaliarmos as nossas práticas de uma forma crítica e atenta, e reconhecermos alguns dos seus pontos fracos, estaremos em condições de adoptar uma atitude de mudança e de progresso, no campo específico da educação e numa perspectiva da igualdade de oportunidades. A APMD tem consciência que este instrumento de trabalho não põe um ponto final em toda esta temática. Antes pelo contrário, é um ponto de partida de um percurso que não se afigura fácil. De resto foi Albert Einstein que disse um dia: Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. Este livro representa, em nossa opinião, um instrumento precioso para todas as pessoas que desejam melhorar as suas práticas e desafiar a construção da mudança.

A Direcção da APMD

972-98686-0-3