Equilíbrio Postural em Crianças Praticantes de Futebol nos Diferentes Posicionamentos em Campo
Por Glênio Vinícius de Souza Oliveira (Autor), Fabiana Dias Antunes (Autor), Eros de Oliveira Junior (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Atualmente, é notória a participação de crianças em treinamentos específicos nas diversas escolas e equipes esportivas do país. As variações constantes de movimento, que ocorrem durante uma partida de futebol, provocam estímulos variados nos diversos sistemas corporais da criança, relacionando variáveis biomecânicas com ajustes posturais de equilíbrio. Estas estratégias de ajustes posturais são realizadas de acordo com a perturbação do movimento corporal, a qual é solicitada diferentemente segundo a atividade física praticada ou as atividades de vida diária. Estas relações se tornam então importantes, tanto para a função do jogador em campo, decorrente do seu posicionamento tático, como para a execução de tarefas cotidianas. Isto nos leva a indagar sobre o modo pelo qual as crianças regulam seu equilíbrio postural de acordo com sua função tática em campo e de que maneira uma atividade esportiva poderia ser um fator positivo ou perturbador do controle postural. Objetivo: Avaliar o equilíbrio postural estático em posição bipodal e unipodal em crianças praticantes de futebol de campo nas diferentes posições táticas de jogo. Metodologia: A amostra deste estudo foi composta por 22 crianças, com idade entre 13 e 16 anos, recrutadas por conveniência nas escolinhas de futebol. Foram formados três grupos de participantes: grupo 1) sete participantes que atuam na posição de zagueiro; grupo 2) oito participantes que atuam como volante e grupo 3) sete participantes que atuam como atacante. Para avaliar o equilíbrio postural foi utilizada a plataforma de força BIOMEC400. Os seguintes testes de equilíbrio tiveram início em ordem randomizada com 30s de repouso entre as tentativas e 1 minuto de repouso entre os testes: 1) Teste estático com apoio bipodal durante 60s (duas tentativas); 2) Teste estático em apoio unipodal com membro inferior dominante durante 30s (3 tentativas). Foram analizados os seguintes parâmetros de equilíbrio baseados no centro de pressão (COP): área de elipse do COP (cm2), velocidade média de oscilações do COP (cm/s) e frequência média de oscilações do COP (Hz), nas direções de movimento ântero posterior (AP) e médio lateral (ML). Uma Análise de Variância (ANOVA) foi utilizada a fim de verificar a diferença entre os grupos para os parâmetros de equilíbrio estudados. As análises estatísticas foram realizadas no programa estatístico SPSS (versão 21.0) com a significância adotada de 5% (p≤0.05). Resultados: Os participantes apresentaram idade média de 14,5 (±1,05) anos. No teste de dominância 19 participantes (86,4%) apresentaram o membro inferior direito como lado dominante e 3 (13,6%) o lado esquerdo. Para todos os parâmetros de equilíbrio estudados, os resultados obtidos não mostraram diferença significativa (p>0,05) entre zagueiros, volantes e atacantes durante os teste de equilíbrio em apoio bipodal e unipodal. A análise Post Hoc Bonferroni registrou uma tendência para diferença (p=0,06) na frequência média de oscilações do COP na direção médio lateral em apoio unipodal sobre o membro inferior não dominante entre zagueiros e volantes, com valores de 0,992 (±0,23) e 0,778 (±0,13) respectivamente. Conclusão: Em crianças praticantes de futebol de campo, o posicionamento, segundo a função tática dentro de campo (zagueiros, volantes e atacantes), parece não influenciar o equilíbrio postural estático em apoio bipodal e unipodal. Estudos futuros devem ser realizados no intuito de avaliar o equilíbrio postural em movimento nas diferentes posições dentro de campo, uma vez que o futebol é um jogo de caráter dinâmico.