Resumo


A pesquisa trata de compreender o desenvolvimento da vertente rural da equitação no estado do Rio Grande do Sul no período do século XX. A investigação ocorreu por meio da coleta em fontes documentais, como documentos oficiais das associações hípicas e em jornais e revistas que circulavam a partir da metade do século XIX. As informações coletadas foram interpretadas por meio da técnica de análise documental. Os resultados da pesquisa demonstraram que, a partir do trabalho campeiro e rural no RS, são estabelecidas relações de interdependência com o esporte, com as manifestações culturais e com o mercado. Ao abordar uma das técnicas de trabalho rural, a prática do tiro de laço, bem como o seu deslocamento do campo para a cidade, tem-se, em um primeiro momento, o Movimento Tradicionalista Gaúcho valorizando-a enquanto uma manifestação cultural típica do estado. Posteriormente, tem-se a Federação Gaúcha de Laço com a intenção de direcionar a prática do tiro de laço para uma disposição esportiva e profissional. A partir disto, identifica-se que o elemento central na configuração estabelecida entre trabalho campeiro, cultura e esporte, no cenário da prática do tiro de laço, é representado pelo cavalo da raça crioula. Com base nisto é que emergem as competições do denominado Crioulaço, o qual parece contribuir para a legitimação do cavalo crioulo enquanto elemento-chave no arranjo configuracional do tiro de laço. Um processo de esportivização pode, ainda, ser identificado nas práticas equestres que compõem o Prêmio Freio de Ouro. Evidenciou-se que as práticas equestres possuem seus primórdios associados à lida campeira e em um primeiro momento, apresentam finalidades mais próximas de uma noção de entretenimento, passando a manifestar elementos de esportivização em meados da década de 1950.
 

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