Resumo

Este trabalho tem por objetivo problematizar alguns dos olhares lançados por Maria ontessori na obra “Da Infância à Adolescência”, acerca de uma ideia de inclusão das atividades físicas e da educação do corpo no processo de desenvolvimento das crianças e adolescentes. De forma mais específica e tendo como base os olhares da autora, será aqui enfatizada a importância do escotismo como modelo de inclusão na educação escolar, dentro de uma proposta que se relacione com o desenvolvimento autônomo, livre e plural de crianças, adolescentes e jovens, fatores fundamentais na metodologia montessoriana. Essa iniciativa está inserida no projeto maior de pós-doutorado intitulado “Educação do corpo em Maria Montessori: uma análise histórica, prática e metodológica (1909-1950)”, que está sendo desenvolvido no âmbito da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FE/UFRJ). Trata-se de uma investigação que tem por objetivo analisar historicamente, entendendo as obras de Maria Montessori enquanto fontes, as possíveis contribuições da autora para a construção de um caminho que se relacione com o ensino da educação física e da cultura corporal. No caso do presente trabalho, entendendo o livro aqui problematizado como uma fonte histórica, é válido destacar que esse explicita olhares e pensamentos da autora, de acordo com seu contexto de publicação original (foi lançado em 1948). Portanto, mesmo se tratando de uma obra que propõe difundir parte da metodologia desenvolvida por Montessori, sendo aplicada até os dias atuais em diferentes espaços educacionais, é importante fazer tais ressalvas, para assim evitarmos possíveis anacronismos ou análises rasas. A perspectiva da pedagogia montessoriana, ao contrário de determinar um caminho prédefinido a ser seguido, tem como base a construção de um cenário de desenvolvimento autônomo do indivíduo, prezando pelo respeito, a pluralidade e o relativismo cultural. Por isso, estabelecer uma relação que extrapole os muros da escola, possibilita a consolidação de contatos sociais necessários para o desenvolvimento das crianças, adolescentes ou jovens. 

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