Resumo
Uma prática elegante de origem aristocrática
As disputas entre cavalheiros empunhando espadas acontecem há muito tempo na história das civilizações. Antigamente era muito comum que estas ocorressem em busca de território e poder, entre grandes impérios. Fontes indicam, também, que jovens aristocratas, principalmente na França, aprendiam desde cedo técnicas de manuseio destes armamentos com objetivo de formação pessoal. Estes praticantes também deixaram um legado grandioso em relação aos métodos de combate, relatando técnicas de aprendizagem, em manuais – o primeiro que se tem conhecimento remete ao ano de 1471. Estes escritos foram muito úteis ao desenvolvimento da modalidade pela Europa. Com o crescimento da mesma, outros manuais foram sendo produzidos em diversos países do Velho Continente e, cerca de um século depois, o francês Henry St. Didier chegou a esboçar as primeiras regras para as disputas.
Combates também ocorriam no Egito, com caráter competitivo, (mas sem interesses expansionistas), há cerca de 600 anos. Época da qual existem registros – dentre eles, um trabalho encontrado em Medinet-About, no templo construído por Ramsés III - sobre competições esportivas promovidas pelo faraó para comemorar a vitória egípcia contra os líbios. No entanto, isto não pode ser considerada uma gênese da Esgrima como conhecemos hoje, pois o esporte só se consolida desta maneira a partir de uma uniformização de regras e do surgimento de preocupações com a segurança dos atletas, ou seja, é a mudança nos objetivos das disputas que determina o caráter esportivo da prática. Se naquelas atividades remotas o êxito se pautava na morte do oponente, na Esgrima, ele ocorre apenas pela sobrepujança das técnicas empenhadas no combate. Este movimento de mudança data do século XIX.