Espaços Convencionais de Lazer em Belém (pa), Entre o Centro e a Periferia de Que Lazer Estamos Falando e Para Quem?
Por Flavio Henrique Souza Lobato (Autor), Mirleide Chaar Bahia (Autor).
Em Revista Brasileira de Estudos do Lazer - RBEL v. 9, n 2, 2022.
Resumo
A utilização da cidade e dos seus espaços de lazer, em diversas sociedades no mundo, foi envolta por lógicas excludentes e segregadoras. Diante disso, este trabalho objetivou mapear os espaços convencionais de lazer em Belém (PA), a fim de analisar a relação entre os bairros centrais e periféricos, bem como a extensão territorial e o número de habitantes. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais, a partir de documentos oficiais e dados de geolocalização, utilizando como ferramenta o Google Earth. Os dados foram submetidos ao cálculo de dois indicadores, a saber: o Indicador de Desenvolvimento e Acesso Cultural (IDAC-absoluto) e o Indicador de Distribuição Territorial de Espaços de Lazer (IDTEL-absoluto). Em relação ao IDAC (eq./hab.), aferiu-se que os bairros mais centrais, como Campina e Cidade Velha, tiveram melhores resultados do que os bairros considerados periféricos, como Barreiro e Pratinha. Na mesma direção, embora a extensão territorial tenha influência significativa no IDTEL (ha./eq.), há uma clara diferença entre bairros mais e menos afastados do centro da cidade. Tomando-se como exemplo o bairro do Barreiro, um dos bairros com menor extensão territorial, observou-se que o seu indicador foi um dos mais baixos. Evidenciou-se, portanto, que Belém é expressa pela lógica de que quanto mais longe do centro urbano, menos serviços e equipamentos são disponibilizados à população. Cumpre salientar que os espaços mapeados convergem com a compreensão do lazer convencional, o qual, historicamente, têm definido o que é lazer, em que espaço e tempo deve ocorrer e quem pode ser seu beneficiário.