Espaços Públicos de Lazer: Distribuição, Qualidade e Adequação à Prática de Atividade Física
Por Inacio Silva (Autor), Gregore Iven Mielkei (Autor), Bruno Nunes (Autor), Andrea Böhm (Autor), Andressa Blanke (Autor), Mariana Nachtigall (Autor), Maurício Cruz (Autor), Rafaela Martins (Autor), Werner Müller (Autor), Pedro Rodrigues Curi Hallal (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 20, n 1, 2015.
Resumo
Os espaços públicos de lazer representam uma alternativa de ampliação e democratização do acesso a locais propícios para prática de atividade física. O objetivo do estudo foi descrever os espaços públicos de lazer em termos quanti e qualitativos, assim como sua adequação para a prática de atividades físicas e distribuição na cidade. Foi realizado um estudo observacional descritivo, realizado na zona urbana do município de Pelotas/RS. Aspectos de conforto, estética e adequação à prática de atividades físicas foram avaliados por meio do instrumento Physical Activity Resource Assessment (PARA) em praças, parques e canteiros habitáveis. Informações sobre renda e densidade populacional dos setores censitários foram baseadas no censo demográfico de 2010. Foram identificadas 110 praças e oito parques. Mais deles (57,6%) apresentam algum atributo para prática de atividade física, enquanto nos canteiros este percentual foi de 44,8%. Espaços para prática de futebol e parquinhos foram as estruturas mais comuns em praças/parques (47,5% e 43,2%, respectivamente), enquanto pistas/trilhas de caminhada foram as mais comuns nos canteiros (43,3%). Em geral, 45,7% das estruturas apresentaram boa qualidade. Quanto maior a média de renda domiciliar dos setores censitários, maior o número de espaços de lazer (r = 0,31) e uma relação inversa foi encontrada com densidade populacional dos setores censitários (r = -0,32). Assim, evidenciou-se iniquidades socioeconômicas e demográficas na distribuição dos espaços públicos de lazer, bem como uma pequena diversidade das estruturas para a prática de atividade física e a necessidade de (re)qualificação dos espaços públicos já existentes.