Resumo

Realizado durante os jogos Olímpicos de Berlim (1936), olympia foi um marco do amadurecimento da estética hitlerista. Depois de dirigi-lo, a cineasta Leni Riefenstahl jamais conseguiu se desligar das acusações de promover o narcismo. A sofisticação das imagens (foram rodadas mais de 3 milhões de metros de película por 60 câmeras), alcançada nessa obra-prima do documentário esportivo teria alçado a diretora ao estrelato mundial, não fosse o conteúdo implícito desse e de outros trabalhos, condenados posteriormente como de propaganda nazista. A primeira parte de Olympia apresenta, em sua introdução, uma versão germânica do ideal olímpico grego. Na segunda parte, a nudez de legítimos representantes da raça ariana é retratada de forma idealizada e bucólica, preparando para o espetáculo de cenas esportivas em seqüências e composições a que nem toda a tecnologia, mesmo passados 65 anos, conseguiu-se se equiparar.