Esporte e Inclusão Social - Mulheres na Gestão Esportiva Brasileira
Por Euza Maria de Paiva Gomes (Autor).
Parte de Atlas do Esporte no Brasil . páginas 615 - 616
Resumo
Hoje no cenário esportivo mundial, a
mulher está conquistando cada vez mais espaços, sendo os Jogos Olímpicos e o Movimento Olímpico um espelho deste movimento de inclusão. Entretanto, observa-se que a crescente prática de atividades físicas pelas mulheres no Brasil não corresponde à participação no poder administrativo exercido nos esportes. Em síntese, o papel feminino na gestão dos esportes ainda representa um ajustamento ao contexto moral da sociedade. Neste sentido, Mourão (1998) aponta que, a diferença do processo de apropriação do espaço esportivo pela mulher foi diferente dos processos de inserção em outros espaços, em que foi tensa a relação entre os gêneros, porque, propriamente, a mulher brasileira não demandou um confronto com o homem, nem a redistribuição do/no território esportivo (ver capítulo “Esporte e Inclusão Social – Mulheres” neste Atlas). Entretanto, a participação política da mulher brasileira vem avançando nas artes, no mundo do trabalho e também no esporte. Desta forma, observa-se a crescente presença feminina principalmente em cargos intermediários do poder decisório no esporte brasileiro. No Brasil, as mulheres representam 40% da população economicamente ativa (são 59% dos advogados, 54% dos médicos e 50% dos professores universitários) e os reflexos dessa escalada são percebidos em todos os campos, inclusive no esportivo. No entanto, Meszáros (2002) alerta que as relações de poder que afetam diretamente as mulheres não foram muito alteradas. Em vez disso, mascararam sua falha com a falsa admissão das minorias para cargos subordinados ao homem. O registro de promoção de mulheres a postos importantes de tomada de decisão política nas sociedades pós-capitalistas é lamentável, mesmo em relação a países socialistas (p.37).