Sobre
A busca de caminhos para a questão social do esporte e lazer nas empresas brasileiras
A literatura tem no clássico "O direito ao ócio" de Pfeifer uma das obras mais recomendadas que abordam a questão do tempo livre de trabalho. A aceitação desta obra ganhou ênfase justamente pelo fato da mesma constituir-se numa visão do tempo livre divorciada de suas referências com a produção. Por outro lado, embora já ocorra um reconhecimento internacional sobre a imprescindibilidade de um tratamento humanístico nas relações de trabalho, a sociedade brasileira continua a buscar efetividade nas discussões dos assuntos desta área. Outro aspecto, de nítido conteúdo na problemática identificada, é sem dúvida, a implicação das questões do esporte e do lazer nas empresas. Entretanto, no caso brasileiro, as poucas obras e trabalhos técnicos e científicos apresentados e divulgados no país sobre o tema, ainda não permitiram que surgissem concepções próprias, que fornecessem linhas de atuação nas empresas nacionais. Em síntese, pode-se até afirmar que a delimitação da problemática do esporte e do lazer nas empresas brasileiras, não ultrapassando as percepções sôbre experiências de outros países, criou uma dependência indesejável nas relações de trabalho, e, conseqüentemente, não desenvolveu o conhecimento neste relevante campo social. Desse modo, conclui-se por uma visível necessidade de convocar a participação dos diversos segmentos envolvidos no interesse desta discussão, principalmente os sindicatos, para que do intercâmbio de experiência, e dos estudos de caso, acrescidos das pesquisas desenvolvidas e das tentativas de formulação de fundamentos norteadores, seja possível extrair-se caminhos próprios para a questão do esporte e do lazer nas empresas brasileiras.
MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO
Presidente do CND e Secretário de Educação Física e Desportos