Resumo

Ao longo da história da Educação Física (EF) no Brasil, o Esporte NA escola é apresentado como conteúdo hegemônico, reproduzindo acriticamente o Esporte de alto rendimento, muitas vezes sendo utilizado como ferramenta para manutenção do status quo da sociedade capitalista. No final dos anos 80, surgem críticas a essa abordagem de trato com o Esporte e a EF brasileira. Uma das principais críticas nesse período é a do Coletivo de Autores (1992) nomeada de perspectiva crítico-superadora (PCS) que tem suas bases no marxismo e na pedagogia histórico-crítica (PHC). Dito isto, o objetivo do presente estudo foi analisar a sistematização do conhecimento Esporte na prática pedagógica de professores de Educação Física à luz da perspectiva crítico-superadora. Realizamos uma pesquisa qualitativa e descritiva, lançando mão do estudo bibliográfico, construindo um diálogo com a literatura acerca de pedagogias do Esporte e métodos ativos e tradicionais de ensino deste fenômeno. Além disso, sobre a PCS, fizemos dois mapeamentos em revistas científicas brasileiras da área de EF com webqualis A1, A2, B1 ou B2 da CAPES, o primeiro sobre Esporte e PCS, o segundo acerca da PCS. Ademais, analisamos os documentos curriculares que orientam a prática pedagógica dos/as professores/as entrevistados/as. O estudo se insere no campo, através de questionários e entrevistas semiestruturadas com professores e professoras membros do Grupo de Estudos Etnográficos em Educação Física e Esporte (ETHNÓS), que afirmam ter aproximação com a PCS em suas práticas pedagógicas. Selecionamos, a partir dos questionários, 6 professores/as e com estes realizamos as entrevistas. Para a análise de dados, utilizamos a análise de conteúdo do tipo categorial por temática. Estabelecemos como categorias analíticas, Esporte, PCS e Sistematização, e ao adentrarmos ao campo, as categorias empíricas encontradas também foram, Esporte, PCS e Sistematização, estas advindas das entrevistas realizadas. Percebemos que todos os documentos curriculares analisados, que possuíam discussão específica sobre EF, explicitam a aproximação com a PCS e que apesar de algumas incoerências e ecletismos teóricos, observamos o esforço desses documentos em superar esses limites na intenção de subsidiar a prática pedagógica de professores/as.

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