Resumo

A estabilidade articular é um requisito essencial para que um indivíduo realize atividades funcionais e é descrita na literatura por dois tipos de estabilidade, a mecânica e a funcional. Tem-se discutido sobre a relação direta entre os dois tipos de estabilidade, entretanto a falta de correlação entre elas tem sido demonstrada. O objetivo deste estudo foi analisar os fatores que contribuem para a estabilidade mecânica e a estabilidade funcional e discutir a relação entre elas. A estabilidade mecânica é determinada pela geometria articular e pelas propriedades mecânicas dos tecidos que se encontram dentro e ao redor da articulação. Entretanto vários estudos apresentam evidências de que durante a realização de diversas atividades funcionais a rigidez passiva das articulações parece não ser suficientes para garantir sua estabilidade. Estabilidade articular funcional é a condição que permite um desempenho normal de uma articulação durante uma atividade funcional. É promovida pelos fatores contribuintes para a estabilidade mecânica somado a resultante de força que age sobre uma articulação. Durante muito tempo, e mesmo atualmente, tem-se assumido que testes clínicos de frouxidão positivos são indicativos de instabilidade e conseqüentemente de incapacidade. Entretanto, a maioria dos estudos que avaliou desempenho funcional e frouxidão não encontrou correlação entre estas duas variáveis. Apesar dos testes de frouxidão serem úteis no diagnóstico de uma lesão ligamentar, a sua utilidade na predição do desfecho funcional do indivíduo após a lesão é limitada.

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