Estabilidade da Aptidão Física Entre a Infância e Adolescência

O objetivo deste estudo foi determinar a estabilidade de alguns componentes de aptidão física durante o período de transição da infância à adolescência em meninos de uma região de baixo nível sócio-econômi­co. Estabilidade tem sido entitulado na literatura internacional como "tracking'', que significa a capacidade que um indivíduo possui em manter a mesma posição perante o grupo com o passar dos anos. Para estabelecer o nível de estabilidade de uma deter­minada característica são necessárias observações longitudinais em pelo menos dois períodos da vida. Portanto, a amostra se constituiu de 44 escolares do sexo masculino moradores do município de Ilhabela (litoral norte do estado de São Paulo), que foram seguidos longitudinalmente 5,14 + 0,75 anos. A média de idade inicial e final foi 9,52 + 1,72 e 14,71 + 1,87 anos, respectivamente. As variáveis antropométricas analisa­das foram: peso (P), estatura (A), adiposidade através da média de 7 dobras cutâneas (x 7 DC), perímetros de braço (PB) e perna (PP) e como indicador metabólico foi predito o consumo máximo de oxigênio (VO2 max ml.kg-1.miir-1). As variáveis neuromotoras medidas foram: força de membros inferiores através dos testes de impulsão vertical sem (IVS) e com (IVC} auxílio dos braços, impulsão horizontal (IH), força de membros superiores através do teste de preensão manual (DIN), agilidade (SR) e velocidade (50m). Para análise dos resultados utilizamos o coeficiente de correlação linear de Pearson (r) e o coeficiente de determinação (r2). O nível de significância adotado foi de p< 0,01. Observamos que todas as variáveis com exceção do VO2 máx apresentaram valores de correlação estatisticamente significativos, demonstrando estabilidade vari­ando de moderado à alto. Em geral, a estabilidade apresenta-se mais aparente nas variáveis antropométricas que nas neuromotoras enquanto que a variável metabólica V02 máx demonstra instabilidade durante este período da vida.

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