Resumo

O envelhecimento é um processo natural que ocorre de forma progressiva e juntamente pode haver uma diminuição das funções fisiológicas. Uma das alterações frequentemente observada em idosos é o declínio cognitivo, gerando dificuldade de realizar atividades do dia a dia, como memorização, concentração e compreensão, afetando diretamente a qualidade de vida (BORGES; BENEDETTI; MAZO, 2009). Objetivo: Analisar o estado cognitivo de idosas participantes de treinamento multicomponente. Referencial Teórico: O estilo de vida ativo e saudável está fortemente associado a diversos benefícios para a saúde (GRDEN et al., 2017). Estudo recente buscou analisar quais fatores poderiam minimizar os impactos naturais do envelhecimento sob a cognição e foi verificado que a prática de exercícios físicos teve uma associação positiva na melhora das funções cognitivas (SOUZA; SANTOS; JÚNIOR, 2019). No entanto, apesar da associação positiva entre o exercício físico e a preservação da cognição, não se mostra claro qual a frequência, tipos de exercícios ou intensidade suficientemente capazes de proporcionar este benefício. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo descritivo com delineamento de corte transversal realizado com 136 mulheres idosas, idade média 68,6 anos, participantes de um projeto de extensão com treinamento multicomponente (composto por exercícios de força, flexibilidade e resistência) realizado duas vezes por semana. Todos os dados foram coletados após o término de todas as atividades do programa. A cognição global foi avaliada pelo Mini Exame do Estado Mental, com pontos de corte validado para a população brasileira proposto por Bertolucci et al. (1994). A pontuação total varia de zero a trinta: para idosos analfabetos, 13 pontos; para aqueles com escolaridade baixa e média, 18 pontos; para escolaridade alta, 26 pontos. A análise descritiva foi realizada com o software Jamovi, versão 2.3. Resultados e discussão: Através dos dados descritivos nossos resultados demonstram que idosas praticantes de exercícios multicomponente (duas sessões semanais) apresentam funções cognitivas preservadas. Tendo em vista que 95,5% das participantes apresentaram nível de cognição dentro da pontuação de normalidade, e apenas 4,4% apresentaram considerável déficit cognitivo. Resultado similar pode ser observado no estudo de Souza; Santos; Júnior (2019). Nossos achados podem possivelmente estar relacionados a participação das idosas em programa de treinamento multicomponente promovendo efeito protetor para o declínio cognitivo. Entretanto, somente um ensaio clínico aleatorizado poderá comprovar esta hipótese. Conclusão: A maior parte da amostra de mulheres idosas apresentaram cognição global dentro da normalidade.

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