Estado de Humor e Qualidade de Vida de Atletas de Bocha Paraolímpica na Pandemia de Covid-19
Por Sidcley Felix de Arruda (Autor), José Igor Vasconcelos de Oliveira (Autor), Matheus Jancy Bezerra Dantas (Autor), Manoel da Cunha Costa (Autor), Lúcia Inês Guedes Leite de Oliveira (Autor), Saulo Fernandes Melo de Oliveira (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 28, n 4, 2022.
Resumo
ntrodução:
Embora estudos tenham sido realizados na população de atletas durante a pandemia, seus impactos em atletas paraolímpicos ainda são desconhecidos.
Objetivo:
Avaliar o humor e a qualidade de vida de jogadores paraolímpicos de bocha no período da Pandemia de COVID-19.
Método:
Foram enviados eletronicamente pelas redes sociais questionários que avaliam humor, qualidade de vida e dados demográficos. Participaram do estudo 43 atletas, de todas as classes funcionais (BC1 = 8; BC2 = 12; BC3 = 11; BC4 = 11) e quatro regiões do país (Nordeste = 12; Sudeste = 12; Centro-Oeste = 3; e Sul = 17). Foram usados ANOVA, teste t e similares não paramétricos, com os respectivos tamanhos do efeito (TE).
Resultados:
Sobre os estados de humor, atletas BC4 diferem dos atletas BC1 na subescala “depressão” (25,5 vs. 14,5; p = 0,026; TE = 1,47). A subescala “fadiga” difere entre atletas BC4 e BC1 (17,8 vs. 10,4; p = 0,023; TE = 1,38) e entre atletas BC4 e BC2 (17,8 vs. 10,3; p = 0,008; TE = 1,32). Atletas BC4 apresentaram valores maiores de distúrbio total do humor (DTH) do que atletas BC1 (175 vs. 141; p = 0,025; TE = 1,35) e BC2 (175 vs. 141; p = 0,025; TE = 0,97). Foram observados valores menores nos atletas de nível nacional em “tensão” (18,5 vs. 21,8; p = 0,027; TE = 0,64) e em DTH (148,0 vs. 162,0; p = 0,044; TE = 0,53). Quanto à qualidade de vida, foram encontradas diferenças entre atletas BC4 e BC2 (3,73 vs. 4,49; p = 0,024; TE = 0,89) no domínio “psicológico” e entre atletas do Nordeste e Sul no domínio “ambiental” (3,39 vs. 4,18; p = 0,030; TE = 0,44).
Conclusão:
Os atletas BC4 estão mais suscetíveis a percepções negativas de humor e qualidade de vida. Adicionalmente, atletas da região Nordeste podem ter piores percepções do ambiente em que vivem sobre a qualidade de vida.Nível de evidência III; estudo retrospectivo.