Estado Nutricional de Escolares de Seis a Dez Anos de Idade da Rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná
Por Eline Salomons (Autor), Cassiano Ricardo Rech (Autor), Mathias Roberto Loch (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 9, n 3, 2007. Da página 244 a -
Resumo
O presente estudo teve como objetivo investigar o estado nutricional de escolares da rede municipal de ensino de Arapoti, estado do Paraná, Brasil. Foram avaliados 1647 escolares (842 meninos e 805 meninas), com idade entre seis e 10 anos. O estado nutricional foi determinado a partir das medidas antropométricas de peso para a idade, peso para a estatura e estatura para a idade, utilizando como referência as tabelas normativas do NCHS (1977). A classificação do estado nutricional foi realizada por meio da tabela proposta por Waterlow et al. (1977) e adaptada por Gomez (1983). Utilizou-se a análise descritiva e o teste do qui-quadrado para analisar a signifi cância das possíveis associações entre as variáveis. A razão de prevalência dos casos de desnutrição e excesso de peso em relação à idade dos escolares também foi calculada. As análises foram realizadas por meio dos programas Excel para Windows e SPSS versão 10.0, adotando-se p<0,05. Foi observada eutrofi a em 59,5% nos meninos e em 53,2% nas meninas. Quanto à prevalência de desnutrição, nos meninos, observou-se que a desnutrição crônica, pregressa e atual apresentaram valores respectivamente de 1,4%, 10,5% e 9,1%. Nas meninas, essas prevalências foram de 1,4%, 12,2% e 11,1%, respectivamente. A prevalência de sobrepeso foi de 9,4% nos meninos e 10,6% nas meninas. Em relação à obesidade, observou-se que 10,1% dos meninos e 11,7% das meninas apresentavam essa característica. Não foram observadas associações entre o estado nutricional com o sexo e a idade na amostra investigada. Os resultados apontam uma prevalência relativamente alta de desnutrição e de excesso de peso, indicando a co-existência de ambos os problemas, o que é de alguma maneira coerente com o quadro de transição epidemiológica brasileira, onde problemas antigos (como a desnutrição) e problemas mais recentes (caso da obesidade) são observados na realidade do país.