Resumo

A prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças tem aumentado nos últimos
anos. Alguns dos fatores que têm conduzido a esta situação são os hábitos alimentares
inadequados e o reduzido dispêndio energético devido ao grande tempo gasto com
atividades como assistir televisão, usar computadores, praticar videogames. O objetivo
deste estudo foi avaliar o estado nutricional, particularmente a prevalência de
sobrepeso e obesidade, em crianças de duas escolas públicas e duas escolas privadas
do município de Maringá/Paraná. Esta pesquisa teve seu projeto aprovado pelo
Comitê de Ética da Universidade Estadual de Maringá/PR.A amostra foi selecionada
aleatoriamente e foi composta por 268 alunos de 5a a 8a séries do ensino fundamental,
entre 10 e 15 anos, matriculados em 2005. Peso e estatura foram coletados para o
cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC).A classificação do nível sócio-econômico
da população foi feita utilizando-se o Critério de Classificação Econômica Brasil
(CCEB). A classificação do estado nutricional dos estudantes foi feita a partir do
IMC de acordo com a idade e sexo, conforme recomendado pelo NCHS-CDC
(2000). Para efeitos comparativos, o estado nutricional também foi classificado
conforme proposto por COLE et al. (2000). A partir do registro do Dia Alimentar
Habitual foi avaliado o Valor Energético Total da dieta (VET) e a distribuição
percentual dos macronutrientes (carboidratos, proteínas, lipídios) com auxílio do
programa NutWin (Programa de Apoio a Nutrição). Os resultados foram analisados
estatisticamente com o auxílio do Programa Statistica. De um modo geral, as
diferenças significativas ocorridas entre os dois grupos de escolas, aconteceram
principalmente, entre os alunos do sexo masculino e, mais freqüentemente, nas
séries mais adiantadas. O nível socioeconômico não influenciou no perfil alimentar
dos alunos dos dois grupos de escolas. Os maiores índices de sobrepeso e obesidade
foram observados entre os alunos do sexo masculino de ambos os grupos de escola,
particularmente nas escolas privadas. Em relação aos padrões de consumo de
macronutrientes recomendado, observou-se que, nos dois grupos escolares a ingestão
de proteínas foi superior ao limite preconizado e a de carboidratos inferior. Assim,
percebe-se a necessidade de ações educativas e preventivas em nível escolar que
levem à escolha correta dos alimentos e à redução dos índices de sobrepeso e
obesidade nesta faixa etária.

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